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operação impacto profundo manguezais
2008-09-24

O empresário João Batista Rocha aterrou parte da lagoa Sol Nascente, próxima da rodovia que dá acesso a Guarapari. Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama),  o empresário foi multado em R$ 200 mil, por não ter licenciamento ambiental para realizar o aterro. O órgão anuncia que aplicou outras multas na região.

O Ibama informou que a multa ao empresário foi feita na Operação Impacto Profundo, e realizada em parceria com a Polícia Ambiental Militar. A ação, ainda segundo o Ibama, atendeu a denúncia do Ministério Público Estadual (MPES).

Na região da lagoa Sol Nascente, há um forte movimento da comunidade para proteger o manancial. São estas ações que contém atividades criminosas como a do empresário João Batista Rocha, que vinha aterrando a lagoa.

Meaípe - Ações de degradação ambiental no município de Guarapari são freqüentes. Embora registradas em todo o município, são intensas na região de Meaípe. Existem várias denuncias feitas ao Ibama através da Linha Verde.

Os moradores de Meaípe vêm denunciando a destruição da foz do rio Meaípe e do seu manguezal há quatro anos, além da ocupação ilegal da Ponta de Meaípe. Apesar de insistirem nas denúncias, a degradação não cessa.

Os que degradam a região de Meaípe são conhecidos. O empresário do ramo imobiliário Sebastião Canal, dono da Imobiliária Canal, construiu ilegalmente uma mansão na Ponta de Meaípe. Na ocasião, ele e o então prefeito de Guarapari, Edson Figueiredo Magalhães (PTB), foram denunciados em Ação Civil Pública do Ministério Público Estadual. A Justiça concedeu liminar determinando que as atividades na área fossem paralisadas.

O empresário Jaílton Nascimento, dono do restaurante Cantinho do Curuca e do Violeta Meaípe Hotel, construiu sua segunda ponte sobre a foz do rio. Outro empresário, Élio Virgílio Pimentel, já condenado a desaterrar o mangue em ação movida pelo MPE, também construiu, em outro trecho do rio, uma ponte e há denúncia formal deste caso.

O crime de construir pontes particulares sobre a foz do rio Meaípe também foi praticado pelo empresário Manoel Duarte, dono do hotel Gaêta, e pelos proprietários do hotel Lea.

Já Bruno e Nelson Lawall, donos da empresa Juiz de Fora Serviços Ltda - o complexo de lazer Multiplace Mais -, destruíram a foz do rio Meaípe construindo banheiro e depósito da empresa sobre o rio. As construções destroem o manguezal, protegido por legislação federal e estadual. As instalações têm cerca de 15 metros de comprimento, por quatro metros de largura.

Os moradores de Meaípe também denunciam que o sistema de esgotamento sanitário do balneário é deficiente. A Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) tem capacidade para tratar esgotamentos sanitários de 7.000 moradores, embora a população de Meaípe seja de 15.000 moradores, no verão. A Cesan foi multada pelo Ibama.

Outras agressões ambientais – No site do Ibama são relatadas outras multas e apreensões da fiscalização nos últimos dias. Entre elas, a apreensão de dois papagaios chauá, espécie ameaçada de extinção, no município de Vargem Alta, no sul do Estado.  O Ibama não divulgou o nome dos criminosos ambientais, se limitando a informar que “as aves estavam em duas residências e cada criador recebeu R$ 5,5 mil de multa”.

Uma outra apreensão relatada, também sem indicação do nome do responsável, foi a de 45 pássaros silvestres. O Ibama diz que aplicou multa de R$ 22,5 mil no infrator, morador em Terra Vermelha, Vila Velha.

(Por Ubervalter Coimbra, Século Diário, 24/09/2008)


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