Há quem se pergunte: um projeto de utilização do vento para produzir um terço da energia de Nova York poderia afetar os sistemas climáticos? As objeções usuais levantadas aos parques eólicos (campos repletos de cata-ventos gigantes) envolvem aspectos estéticos, custo, barulho e temores em relação à vida selvagem, pois o impacto climático desses parques ainda não foi conclusivamente estudado.
Houve ao menos um estudo preliminar de parques eólicos que sugeriu a possibilidade de um efeito adverso sobre os sistemas climáticos locais devido a uma grande fazenda eólica, com muitos moinhos de vento em uma área. Mas os pesquisadores também sugeriram que problemas potenciais poderiam ser aperfeiçoados com um redesenho das hélices para menor produção de turbulência.
O estudo, publicado em outubro de 2004 no "Journal of Geophysical Research", usou um modelo hipotético de um parque eólico muito maior do que qualquer um já construído: 10.000 turbinas, com pás medindo 165 pés, numa rede de 60 por 60 milhas ao centro-norte de Oklahoma.
Somnath Baidya Roy, autor-chefe, então em Princeton, disse que o impacto viria não muito das pás dos cata-ventos desacelerando o ar, mas da mistura atmosférica em seu rastro. A mistura de camadas de ar criaria condições mais quentes e secas na superfície, conforme sugeria o estudo.
Um rápido fluxo noturno de ar nas grandes planícies separa o ar frio e úmido, próximo ao chão, do ar mais seco de cima. A simulação descobriu que as turbinas pegariam esse jato noturno, com subseqüente turbulência e mistura vertical. Quando a massa de ar superior atingisse a superfície, o efeito quente e seco seria significativo, sugere o modelo.
(G1, AmbienteBrasil, 24/09/2008)