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setor florestal eucalipto biocombustível de celulose
2008-09-24

De 21 a 27 de setembro comemoramos a Semana da Árvore, neste país continental chamado Brasil, em homenagem a uma espécie florestal – o pau brasil.

Para muitos, as árvores são verdadeiros empecilhos ao desenvolvimento agrícola, por isso devem ser derrubadas, queimadas e substituídas por pastagens, bois e culturas anuais; para outros, as árvores são as fiadoras da vida, por isso devem ser plantadas, homenageadas e reverenciadas para manter a vida sobre o planeta; para alguns, as árvores representam desenvolvimento, por isso devem ser cultivadas a fim de atender as necessidades básicas do ser humano – abrigo, calor, materiais de consumo, como papel, papelão, absorventes, formulários, entre outros, gerando renda e emprego.

É neste entrevero que o RS se encontra. A discussão tomou conta da sociedade gaúcha em razão da instalação de grandes investimentos que terão como matéria prima a árvore. Entre estes mais significativos, temos as empresas de produção de celulose, como a Aracruz, a Votorantin, a Stora Enso, cujas duas ultimas estão se instalando na metade sul do estado; também, temos as empresas de painéis, chapas e MDF, como a Satipel, Isdra e a Masisa, esta se instalando em Montenegro. O montante dos investimentos soma a 12 bilhões de reais. É o maior investimento de todos os tempos no RS.

Todavia, o plantio de árvores, não se restringe somente a produção de celulose e painéis. Elas serão a energia que movimentarão os novos frigoríficos e as indústrias de laticínios, que também estão pipocando no RS, como o Frigorífico da Aurora em Carazinho, o Frigorífico da Diplomata, a Nestlé em Palmeira das Missões, a CCGL em Cruz Alta, a Elege em Ibirubá, a Aprolat em Passo Fundo, a Perdigão em Três de Maio. Estas indústrias alimentícias estarão se instalando na metade norte do RS, fazendo com que a demanda por lenha cresça vertiginosamente.

Hoje a região norte, considerada uma região agrícola, não tem reflorestamento suficiente para atender a atual demanda, quanto mais todos estes novos investimentos. Tecnicamente as espécies florestais capazes de suprir estas necessidades são: eucaliptos, pinus e acácia negra. O cidadão vegetal eucaliptos é de múltiplo uso, pois é capaz de atender todas as necessidades, tanto energética, como de fibras para celulose e painéis. Esta espécie florestal pode ser considerada como um “gaúcho da flora”, pois veio de tão longe e se adaptou muito bem nesta querência. Assim como os portugueses, africanos, italianos, alemães, poloneses, entre outras raças, que aqui fincaram raízes e cultuam uma tradição exemplar. Não é à toa, que no sul do Brasil, as árvores crescem como nenhuma outra árvore em quaisquer outros paises. Mas, aqui temos nossas espécies nativas que merecem destaque, como o pinheiro brasileiro, a erva-mate, o cedro, a jaboticabeira, a espinheira santa, o timbó, e tantas outras espécies de valor econômico e ecológico.

Embora na região do Alto Uruguai, já se reflorestou 40 milhões de mudas nas pequenas e médias propriedades rurais, correspondentes a 20 mil hectares, isto não supriu a demanda para nos tornarmos auto-suficientes. Com o que se perdeu e o que já se consumiu, atualmente temos 10 mil hectares reflorestados. Isto é muito pouco para fazer frente à demanda crescente somente por lenha na região, não considerando produtos madeireiros para a construção civil e indústria moveleira.

A mais alvissareira das notícias, é que da celulose extraída das árvores poderá produzir combustível, o chamado metanol. Independente de qual espécie se plante, benditas árvores que fiam a vida, nos dando receitas financeiras, produtos madeiráveis e não madeiráveis, abrigo, calor, remédios, oxigênio, alegria e bem estar. Reverenciar e cultivar as árvores, não é somente uma questão econômica e social, mas é muito mais uma questão ambiental, de sobrevivência da própria espécie humana.

(Por Roberto Ferron*, enviado por e-mail, 24/09/2008)
*Engº. Florestal, presidente da Floracoop-Cooperativa Florestal LTDA, coordenador da Câmara de Engenharia Florestal do CREA/RS, Presidente da AGEF-Associação Gaúcha de Engenheiros Florestais


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