Serviço começa com quatro meses de atraso e na véspera do início da temporada de chuvas; governo do Estado diz que serão gastos R$ 42,7 miÀs vésperas da temporada de chuvas e com pelo menos quatro meses de atraso, o governo do Estado vai começar o trabalho de desassoreamento do Rio Tietê e de alguns de seus principais afluentes, como o Tamanduateí e o Cabuçu de Cima, além do trabalho de limpeza de vários piscinões na região metropolitana. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), esta primavera terá temperatura mais elevada e chuvas acima da média.
Está previsto o plantio de árvores e flores nas margens do Tietê. O projeto inclui, ainda, a construção de passeios públicos, de acordo com a secretária estadual de Saneamento e Energia, Dilma Pena. O custo será de R$ 42,7 milhões, além de R$ 4,8 milhões para implementação do projeto paisagístico nas margens do rio, que vem sendo feito desde dezembro de 2007.
Todos os dias, o Tietê recebe uma carga poluidora de mais de 1,1 mil tonelada de matéria orgânica, 3 toneladas de matéria inorgânica e mais de 300 toneladas de resíduos sólidos. O lixo despejado diretamente nos córregos e rios ou em aterros improvisados acaba no leito do Tietê. Estima-se que mais de 35% da poluição acumulada na bacia venha das mais de 600 entradas de água existentes em todo o canal.
A previsão é que a partir de 1º de outubro comece a retirada de até 400 mil metros cúbicos de entulho (40 mil caminhões carregados de terra). Todo esse material passará por separação e depois será levado para aterros sanitários. A previsão inicial era começar os trabalhos em maio.
No período de 2002 a 2006, um total de 10 milhões de metros cúbicos de sedimentos, rochas, detritos e lixo foram retirados do rio. O programa de despoluição do Tietê teve início em 1992 e já custou US$ 1,5 bilhão, ou quase R$ 3 bilhões.
BALSASOs novos contratos prevêem que oito máquinas retroescavadeiras farão o trabalho de retirada do material do leito do Tietê pelos próximos 12 meses. Elas ficarão sobre balsas entre a Barragem Edgard de Souza e a Barragem da Penha, num total de 41 quilômetros, e também em terra. "É um projeto de engenharia preventiva essencial para recuperar a capacidade de escoamento das águas do Tietê", disse Ubirajara Tannuri Félix, superintendente do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE).
Em um dos quatro lotes da obra, a empresa será obrigada a revitalizar os jardins nas margens do Tietê próximo da Rodovia Castello Branco, nas cidades de Osasco, Carapicuíba, Barueri e Santana de Parnaíba. Serão plantadas 14 mil mudas de embaúba, aroeira mansa, sombreiro, jerivá, pitangueira e ipê branco, entre outros. O trecho que receberá o paisagismo corresponde aos locais que receberão a duplicação das pistas na chegada à capital e onde estão em construção novas pontes e viadutos nas rodovias Castello Branco e Anhangüera.
No Rio Tamanduateí haverá retirada de dejetos no trecho entre a cidade de São Caetano do Sul e a foz do Tietê, na zona norte da capital. Estão previstos investimentos de R$ 1,5 milhão.
No Córrego Cabuçu de Cima (entre São Paulo e Guarulhos) já foram canalizados 10,5 quilômetros de leito, desde sua foz até a Ponte Três Cruzes. Outros R$ 7 milhões estão sendo destinados para a limpeza de piscinões.
(Por EDUARDO REINA,
O Estado de S. Paulo, 23/09/2008)