O Dia Mundial Sem Carro em São Paulo não causou impacto substancial no trânsito na cidade. De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), o nível de congestionamento registrado ontem (22) na capital paulista chegou a superar a média de trânsito da cidade às 19h. Foram 17,1% de lentidão nas ruas monitoradas pela CET contra uma média de 16,9% no horário. No entanto, para os manifestantes contrários ao uso do carro, o dia comemorativo cumpriu seu papel.
"O Dia Sem Carro é mais uma provocação para a gente sentir um pouco que o que estamos fazendo hoje é piração. Entre oito e 80, nós estamos no 800. Nós estamos fazendo a opção do maior número possível de pessoas que usa transporte individual. Aí não vai ter jeito, vai ter poluição, congestionamento, vamos ter custos brutais", disse Ailton Brasiliense, presidente da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP). "O dia de hoje é para conscientizar as pessoas para escolher melhor os vereadores, os prefeitos e os governadores. Se essas pessoas não entenderem que a solução de problemas desse tipo é no sentido macro, e não é individual, não haverá salvação."
A Invasão das Mil Bicicletas, evento que saiu da Avenida Paulista, foi uma das principais manifestações de hoje no município. Também foi realizado um debate entre os candidatos à prefeitura sobre mobilidade urbana e qualidade de vida na cidade. No evento, promovido pelo Movimento Nossa São Paulo, os candidatos Marta Suplicy (PT), Gilberto Kassab (DEM), Geraldo Alckmin (PSDB), Edmilson Costa (PCB), Ivan Valente (PSOL), Renato Reichmann (PMN) e Soninha Francine (PPS) abordaram as propostas de políticas públicas para o próximo mandato relacionadas a transporte público, trânsito, poluição do ar, ciclovias, apoio ao pedestre e acessibilidade para deficientes físicos.
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Agência Brasil, 23/09/2008)