Ontem (22), o líder indígena cacique Raoni apresentou o projeto ao ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que elogiou a iniciativa e disse que pretende expandi-la.
“Estamos preocupados, contratamos brigadistas e temos apoiado os Kayapó, mas esse resultado que eles obtiveram de redução de 80% é muito significativo. E como há muitas queimadas e desmatamentos em terras indígenas e em parques nacionais, essa experiência deve ser passada para outras comunidades indígenas e para nossos parques”, disse.
Os índios são capacitados pelos bombeiros em três módulos de 45 dias cada e aprendem de lições de primeiros socorros à confecção de abafadores e bombas costais para apagar focos de incêndio. Hoje, os abafadores usados pelos bombeiros são produzidos por uma indústria canadense. Os usados pelos índios brigadistas são confeccionados com tapetes de borracha usados em automóveis e cabos de vassoura. No total, a área protegida é de 11,2 milhões de hectares.
Participaram do curso 35 indígenas, de diversas etnias, e que, agora, se tornarão multiplicadores do trabalho – eles vão ensinar aos demais, em suas aldeias, as lições que aprenderam. Para o cacique Raoni, o aprendizado ajudará os mais jovens a conservarem a floresta – a área em que vivem é composta por três biomas: a Amazônia, a floresta Andina e o Cerrado.
“Como eles começaram, têm que continuar para treinar os mais jovens e ensinar sobre os riscos do fogo e a cuidar bem do território. O trabalho na defesa da floresta é importante, mas também é preciso trabalharmos na área de vigilância e segurança, porque ainda ocorrem invasões”, pediu o cacique. Minc se comprometeu a pedir ajuda ao ministro da Defesa, Nelson Jobim.
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Agência Brasil, 23/09/2008)