A empresa-júnior Propeq acaba de implantar um coletor de óleo na Faculdade de Engenharia Química (FEQ) da Unicamp, que está instalado no bloco B da faculdade. A intenção da empresa-júnior é evitar que a substância seja despejada na pia ou em locais inadequados. “Além do óleo aderir ao encanamento e entupi-lo, também ocasiona problemas no tratamento da água”, conta Milena Ponczek, gerente de projetos sociais. De acordo com a Sabesp, 1 litro de óleo de cozinha jogado na pia polui 1 milhão de litros de água que seria consumido em 14 anos. “É muita coisa sendo que podemos pensar em outras soluções”, salienta.
Aluna do terceiro ano de Engenharia Química, Milena conta que este projeto do óleo de cozinha também envolve um trabalho da Propeq com comunidades carentes de Campinas, como o Centro Vedruna e o Espaço Esperança, ambos no Jardim São Marcos, e o Residencial Vila Olímpia, próximo à Rodovia D. Pedro. Nestes locais são ministrados cursos que ensinam as mulheres a fazerem sabão a partir de óleo usado, soda cáustica e produtos de limpeza, para conferir cor e cheiro ao sabão. A Propeq inclusive produziu uma apostila para distribuir aos participantes, com receitas e sugestões para confeccionar sabão, já em sua terceira edição.
Segundo Milena, embora o trabalho social esteja sendo feito, gerando renda para a comunidade, faltava um trabalho mais efetivo de conscientização na própria FEQ. A Propeq investiu num contato com a Cooperativa Remodelar, que produz biodiesel a partir do óleo de cozinha. E a faculdade passará a fornecer-lhe óleo. "A Cooperativa compra o óleo. Com isso, recebemos para aplicar em projetos sociais”, revela Milena. O óleo usado é comercializado por três a cinco centavos o litro.
Na faculdade, que conta com apoio da diretoria, os voluntários colocam o óleo no tambor, todos padronizados em garrafas pet, para evitar mal-cheiro ou sujeira. Também da área de projetos sociais da Propeq, o primeiranista Renato Correa comenta que esta etapa é a de divulgação, mas que a expectativa é encher o latão uma vez por mês.
O procedimento de colocar o óleo em garrafas pet, lembra Renato, para quem não dispõe de um coletor próximo à sua residência, deve ser estimulado, antes de ser jogado no lixo comum. O projeto está sendo monitorado pelo pessoal da Propeq até o óleo ser entregue à Cooperativa. Outros projetos sociais da empresa-júnior se relacionam à conscietização sobre a água, a reciclagem, a compostagem, as caixas tetrapak e o coletor solar.
(Por Isabel Gardenal, Jornal da Unicamp, 22/09/2008)