Ministros escoceses estão pressionando o governo britânico a abandonar seu apoio às lavouras transgênicas agora que o País de Gales, a Irlanda do Norte e a Escócia concordaram em se tornar livres de transgênicos. Durante conferência em Dublin, na semana passada, os ministros de agricultura da Irlanda e da Irlanda do Norte declararam que querem seus países livres de transgênicos, seguindo compromissos similares feitos pelos governos escocês e galês.
O apelo ficou mais forte com a descoberta de uma contaminação por transgênicos na Escócia. Três campos experimentais de colza convencional em Aberdeenshire e perto de Arbroath foram contaminados por uma variedade da Monsanto tolerante à aplicação de herbicida.
O governo escocês anunciou que as lavouras contaminadas serão destruídas e que não haverá risco para o meio ambiente, uma vez que as plantas não alcançarão a maturidade e a produção de pólen e sementes.
O Departamento de Meio Ambiente, Alimentos e Questões Rurais (Defra, em inglês), em Londres, ressaltou que não é contra e nem a favor dos transgênicos de um modo geral e apóia a avaliação caso a caso. Um porta-voz do Defra assinalou ainda que foi o governo da Escócia que autorizou campos experimentais de transgênicos ao norte da fronteira.
Enquanto isso, no Canadá, uma ampla coalizão de grupos da sociedade civil está pedindo a todos os candidatos e partidos da eleição federal que apóiem a proposta de moratória imediata à aprovação de todos os novos cultivos e alimentos transgênicos até que os procedimentos do governo para avaliar os riscos destes produtos sejam revisados e fortalecidos de modo a alcançarem padrões internacionais e científicos rigorosos. A coalizão também pede que cidadãos contatem seus candidatos locais às eleições federais de 14 de outubro e peçam que eles apóiem a moratória.
A campanha foi lançada simultaneamente ao lançamento no Canadá do filme "O Mundo Segundo a Monsanto", documentário francês produzido pela jornalista Marie-Monique Robin.
"Depois de assistir ao filme, todos podem entender como a Monsanto conseguiu que os governos autorizassem lavouras e alimentos transgênicos sem fornecer provas científicas, públicas e independentes da sua segurança", disse o representante do Greenpeace, Josh Brandon.
"O Canadá foi inteligente em dizer não ao hormônio de crescimento bovino (BGH, na sigla em inglês) em 1999, e o próximo governo deveria seguir esta linha e adotar a moratória sobre lavouras e alimentos transgênicos", afirmou Lucy Sharratt, coordenadora da ONG Canadian Biotechnology Action Network, que coordena a campanha pela moratória. As informações partem da Agência Estadual de Notícias do Paraná.
(Ultimo Segundo, 22/09/2008)