"Os assuntos que envolvem mudanças climáticas têm que ser tratados com maior seriedade e profundidade devido aos inúmeros problemas que estão ocorrendo no mundo inteiro e que, infelizmente, são frutos da ação do homem." A opinião é de Serys Slhessarenko (PT-MT), que está entre os quatro senadores entrevistados sobre o tema Mudanças Climáticas no Brasil, em pesquisa encomendada pela Embaixada Britânica e pelo Instituto de Estudos da Religião (Iser). O estudo está sendo divulgado desde sexta-feira (19/09) pelo site http://www.iser.org.br/index.php.
Ao todo, foram ouvidas, entre janeiro e maio deste ano, 210 pessoas (entre elas 20 deputados e quatro senadores) consideradas líderes em seus respectivos segmentos. Para Serys, tão importante quanto desenvolver ações no sentido de pôr um fim aos problemas causadores das mudanças climáticas - como os desmatamentos e as emissões de gases -, é procurar recuperar, na medida do possível, os inúmeros danos já causados ao meio ambiente.
O Congresso Nacional, segundo afirmou a senadora em entrevista à Agência Senado, ainda está se preparando para enfrentar adequadamente a problemática mundial das mudanças climáticas. Como suplente da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), Serys informa que estão sendo apreciados pelo colegiado vários projetos que visam conduzir o país rumo a uma política voltada para o enfrentamento desse problema, que, lembra, "atinge todo o planeta".
Mas, para a senadora, a responsabilidade do Congresso é bem maior do que simplesmente a elaboração de leis voltadas para a defesa do meio ambiente.
- Precisamos, sim, fazer leis sobre o assunto, mas temos a responsabilidade também de trabalharmos para aglutinar a sociedade em torno do desenvolvimento de uma consciência de defesa e preservação do nosso planeta - destacou.
Pesquisa
Para os 24 parlamentares que participaram da entrevista, as principais responsabilidades do Brasil em relação às mudanças climáticas são: preservar a Amazônia e assumir a condição de país líder na geração de energia limpa, por meio do estabelecimento de metas de redução de desmatamento e do endurecimento na fiscalização.
As principais propostas dos parlamentares, com base na pesquisa, giram em torno da educação e do desenvolvimento tecnológico visando à elaboração de políticas que sustentem o enfrentamento dos problemas advindos das mudanças climáticas.
O Parlamento, segundo os deputados e senadores, está atento ao problema das mudanças climáticas. Os entrevistados admitem,no entanto, que o tema ainda não está adequadamente inserido na agenda do Congresso e que, portanto, não recebe o tratamento devido nos debates e nas decisões políticas.
Os outros três senadores entrevistados para a elaboração da pesquisa foram Renato Casagrande (PSB-ES), Cristovam Buarque (PDT-DF) e Sibá Machado, suplente da senadora Marina Silva (PT-AC) que estava no exercício do mandato.
(Por Valéria Castanho, Agência Senado, 19/09/2008)