A Petrobras fez acordo para devolver ao Equador um controverso campo de petróleo no centro da selva amazônica, afirmou neste sábado o presidente Rafael Correa. Correa, ex-ministro da Economia e aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deu à Petrobras no ano passado a permissão para explorar o bloco 31, no parque nacional Yasuni.
Mas o projeto está em modo de espera porque a empresa entrou em conflito com o Equador por questões tributárias, e ambientalistas se opuseram fortemente a qualquer atividade petrolífera dentro do parque onde vivem raras espécies de jaguares e golfinhos. "Mesmo depois de eles (a Petrobras) investirem 200 milhões de dólares, nós pudemos fazê-los transferir o bloco 31 para (a estatal) Petroecuador", disse Correa durante seu programa de rádio semanal.
Ele não disse se o campo de petróleo seria explorado pelo Estado ou entregue a outras empresas estrangeiras. A Petrobras planejava investir mais de 300 milhões de dólares para desenvolver o campo e esperava extrair 40 mil barris de petróleo por dia. O bloco 31 é considerado um projeto chave para o Equador ampliar sua produção.
A estatal brasileira disse em nota que tinha concordado em dar fim ao seu contrato pelo campo de petróleo, mas planeja continuar investindo no país. Autoridades do governo dizem que o acerto para devolução do campo é parte de um acordo mais amplo que está sendo negociado agora para que a Petrobras se transforme em uma empresa contratada para prestar serviços.
Sob um acerto desse tipo, o Estado manteria todo o petróleo que a empresa extrair em troca de um pagamento. Funcionário do Ministério do Petróleo, Jose Sanchez, que participou da negociação, disse à Reuters que a empresa queria devolver o campo de petróleo porque ele não é lucrativo sob os novos termos contratuais que o governo quer promover.
(Reuters / G1, 21/09/2008)