Um incêndio consome uma reserva em Mato Grosso do Sul. As equipes que coordenam o combate ao fogo dizem que, se não chover neste fim de semana, as labaredas vão chegar ao Parque Nacional do Pantanal. Só do alto dá para ver a imensidão dos estragos provocados pelo fogo. Há nove dias, uma das regiões mais preservadas do Pantanal, a Serra do Amolar, está em chamas.
A sede da Fazenda Acurizal virou base de apoio. Os aviões enchem os reservatórios com água do Rio Paraguai. Na pista, decolagens a cada dez, 15 minutos. Eles despejam mais de 1,5 mil litros de água de cada vez sobre o fogo. Em alguns pontos, é impossível chegar a pé. “São paredões, subidas íngremes, que dificultam sobremaneira a progressão da tropa terrestre”, explicou João Hayni Júnior, coronel do Corpo de Bombeiros (MT).
Helicópteros da Marinha e do Ibama levam os bombeiros e brigadistas. Pousam a poucos metros do fogo. Quarenta homens se esforçam para apagar as chamas. Com poucos equipamentos, enfrentam altas temperaturas nas frentes de combate. O trabalho no meio do mato é muito difícil. A vegetação está seca e o fogo se alastra rapidamente. É um local de difícil acesso, não tem estradas. Os bombeiros estão sem água nas bombas costais, eles precisam de todo um suporte dado pelos helicópteros para conseguir controlar os focos.
“O local para pegar água aqui é muito distante. Não tem local para encher as nossas bombas costais. O que nós podemos fazer, já fizemos”, disse um bombeiro. Um grupo apaga o fogo e outro vem logo atrás com enxadas para limpar o terreno. Outro problema é o vento que é canalizado pelas serras e espalha os focos.
“Esse fogo evoluiu em quatro dias mais de 25 quilômetros em função das fortes rajadas de vento sul nas madrugadas”, afirmou Adalberto Eberhard, presidente da ONG Ecotrópica. Pelo menos 20 mil hectares de mata nativa foram destruídos. O incêndio está fora de control
(G1, 21/09/2008)