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construções ecológicas
2008-09-20

O aprimoramento das técnicas de construção sustentável pode reduzir em até 7% as emissões de gases do efeito estufa na União Européia (UE), sendo que quase todas as mudanças podem ser realizadas com as tecnologias já existentes, sem custos adicionais, ou até mesmo gerando lucratividade no longo prazo – é o que revela uma pesquisa publicada na última semana pelo Centro de Pesquisa Conjunta da Comissão Européia (JCR). As expectativas são otimistas, mas a realidade de muitos países do bloco é de atraso na adoção de melhorias na área da construção civil – setor responsável por cerca de 40% das emissões de dióxido de carbono (CO2) da UE.

Um estudo da instituição de pesquisa européia Royal Institution of Chartered Surveyors (RICS) aponta que os países avançaram no último ano na definição de regras para aperfeiçoar a eficiência energética; mas o progresso segue em ritmo lento, avalia o relatório.

Desde janeiro de 2006 a UE conta com uma política de Diretrizes para o Desempenho Energético em Construções (EPBD), aplicável a novas obras ou a edifícios já existentes sujeitos a grandes renovações. A plataforma fornece uma metodologia comum a toda a Europa para calcular o desempenho energético de construções e criar padrões mínimos em estados-membros individuais. O relatório da RICS informa que alguns países ainda não conseguiram entregar à Comissão Européia um esboço satisfatório da metodologia que planejam adotar para colocar essas diretrizes em prática.

Enquanto nações como Dinamarca, Alemanha e Áustria se submeteram plenamente ao EPBD, outras ficaram para trás, causando atrasos nas políticas do bloco. França e Letônia, por exemplo, foram ameaçadas por uma ação legal em outubro de 2007 por não fornecerem à Comissão todas as evidências necessárias de que tomaram as medidas exigidas pelo EPBD. Mais devagar estão alguns dos novos estados-membros da UE, cujas construções mais antigas são edifícios pré-fabricados altamente ineficientes, afirma o relatório da RICS.

Especialistas concordam que aperfeiçoar a eficiência energética nas construções seria um grande passo na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, “mas os altos custos, a falta de técnicas e de conhecimento especializado, assim como as medidas nacionais contraditórias e a pouca consciência e aceitação pública, estão atrasando o progresso”, afirma Ursula Hartenberger, que lidera a equipe de pesquisa da RICS em Bruxelas.

Sustentabilidade brasileira
No Brasil, o marketing do “green building” começa a surgir mais fortemente, mas ainda não há planos e padrões a serem seguidos como na Europa, o que faz com que grande parte dos projetos não apresentem real preocupação com a eficiência energética. Em entrevista ao jornal mineiro O Debate, o engenheiro e especialista na instalação de painel solares, Eduardo Tenewucel, conta que no dia-a-dia depara-se com idéias interessantes e outras mortais.

“Por exemplo, a pessoa coloca um sistema de aquecimento solar, mas faz também uma fachada norte de vidro. A carga que ele terá que gastar com ar condicionado é muito maior do que a que ele consegue economizar com o aquecimento solar”, explica. Tenewucel acredita que esta é uma questão cultural e que ocorre por falta de conhecimento em nível de construção, de projetistas, instaladores e de todos os membros de uma obra. “A construção civil não enxerga a eficiência energética”.

O engenheiro relata uma situação comum: “Em uma residência de luxo, nos condomínios, o cliente faz questão que a casa tenha aquecimento solar por vários motivos. Primeiro porque ele realmente quer ter um conforto de nível de hotel cinco estrelas tendo um custo operacional baixo”.

Durante a obra, afirma Tenewucel, perde-se um pouco a referência e é criado um sistema hidráulico de muito consumo. Assim, a idéia inicial de economizar energia vai por água abaixo não porque o sistema seja ruim, mas sim porque o consumo de água passa a ser de 2,5 mil litros de água quente por dia.

“O cliente acha que tem um sistema de aquecimento solar, mas só tem uma metade porque os critérios de consumo não são de eficiência. Nos prédios de alto luxo, algumas pessoas gastam mais do que o necessário, mas não se importam em pagar mais por isso”, avalia. O engenheiro afirma que só vê o green building entrar em um edifício residencial no Brasil quando houver uma legislação ou um estatuto de condomínio que obrigue os moradores a não gastar em excesso.

Prédios mais verdes
O relatório do JCR explica que a fase de uso é a de maior impacto em qualquer construção, principalmente pela necessidade de aquecimento de água. Ações como reduzir ventilação indesejada e melhorar o isolamento do telhado e da fachada podem reduzir as emissões de CO2 nos edifícios em 20%, informa o estudo.

Na Europa, as casas de solteiros ou as habitadas por apenas duas pessoas, assim como as que possuem terraço, possuem maior potencial para se implantar melhorias na área de eficiência energética, seguidas de prédios de apartamentos de múltiplas famílias.

Quando aplicado ao setor como um todo, o impacto das medidas avaliadas para o corte de emissões na UE é igual a 360 megatoneladas de CO2 equivalente por ano. “Essa estimativa nas reduções de emissões pode ser atingida se todas as barreiras (sociais e econômicas, por exemplo) forem superadas”, afirmam os autores da pesquisa do JCR. “Promoção ativa e ações fortes por parte de todos os envolvidos devem ser empreendidas para que se mensure esta oportunidade ambiental”, concluem.

(Por Sabrina Domingos, Envolverde, Carbono Brasil, 20/09/2008)
* Com informações de EurActiv; ENDS Europe Daily e O Debate.


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