O enviado especial da ONU ao Haiti, Hedi Annabi, afirmou que o país foi devastado pela passagem das recentes tempestades e furacões e pediu ajuda internacional. Annabi disse que o país caribenho enfrenta uma "catástrofe humana em uma escala que está além da capacidade do governo (haitiano), da missão de estabilização da ONU (que atua no país)".
"É necessário um esforço excepcional dos doadores bilaterais, daqueles países na região, ou além dela, que têm os tipos de bens necessários para lidar com este tipo de emergência." Annabi afirmou que a cidade de Gonaives, no noroeste do país, foi praticamente destruída.
"A cidade inteira está inundada. Não há uma única casa que não tenha sido destruída, danificada, que não esteja coberta de lama. É uma visão horrenda, esta cidade foi, basicamente, destruída", disse. Nas últimas semanas, num intervalo de apenas um mês, o Haiti foi atingido pelas tempestades tropicais Fay e Hanna e pelos furacões Gustav e Ike, o que resultou na morte de 550 pessoas. A primeira-ministra haitiana, Michele Pierre-Louis, afirmou que até um milhão de pessoas estão sem casa no país.
Prejuízo
Citando avaliação de especialistas, o enviado especial da ONU para o Haiti estimou que Produto Interno Bruto do país tenha caído entre 3% e 4% devido às tempestades. Annabi acrescentou que os danos causados somente no setor agrícola do país causaram um prejuízo de US$ 200 milhões, segundo uma avaliação ainda incompleta da situação.
A ONU afirmou que o Programa Mundial de Alimentos da organização distribuiu alimentos para mais de 230 mil pessoas em Gonaives, mas cerca de 800 mil pessoas ainda precisariam urgente de ajuda. Sarah Wilson, da equipe de avaliação da organização de caridade Christian Aid no Haiti, disse à BBC que mais alimentos e suprimentos médicos estão chegando a Gonaives desde que a estrada de acesso à cidade foi reaberta.
(BBC, Ultimo Segundo, 20/09/20080