O ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) criticou nesta sexta-feira (19/09) governadores e prefeitos que estariam "afrouxando" a fiscalização contra crimes ambientais na Amazônia para evitar desgaste no período eleitoral.
"Tenho ido toda semana à Amazônia e vejo muitas queimadas. Na véspera das eleições, muitos governadores e prefeitos afrouxaram completamente a fiscalização, ninguém quer multar, interditar. As queimadas estão recrudescendo", afirmou o ministro, no Rio de Janeiro.
Minc não citou nomes, mas ameaçou divulgar quem são os suspeitos de não colaborar com a fiscalização ambiental. "Pedimos uma série de medidas e estamos advertindo que vamos divulgar aqueles que não estiverem colaborando com a fiscalização federal".
O ministro disse que o desafio para os prefeitos eleitos este ano é coibir o crime ambiental, criar unidades de conservação e levar os criminosos ambientais para a prisão. "E de preferência que os criminosos passem metade do tempo plantando árvores, em vez de tirar férias forçadas à nossa custa", disse.
A declaração foi dada no Jardim Botânico durante o lançamento do programa do governo estadual Contadores de Árvores, que prevê o plantio de 20 milhões de mudas de espécies da Mata Atlântica. Na entrevista coletiva, Minc também criticou a declaração do ministro Edison Lobão (Minas e Energia) em defesa da criação de 50 usinas nucleares nas próximas cinco décadas.
"O Brasil é a terra do sol, dos ventos e da biomassa", disse Minc, lembrando outras fontes de energia a serem exploradas. "O governo decidiu, contra a minha posição, criar quatro usinas nucleares. As demais são por conta do nosso ministro", afirmou.
(Por André Zahar, Folha Online, AmbienteBrasil, 20/09/2008)