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mercado de carbono eucalipto aracruz/vcp/fibria
2008-09-19
Os grupos capixabas poderão enriquecer os debates no domingo (21), Dia Internacional contra a Monocultura de Árvores, com o filme “A Conexão do Carbono”. O filme mostra a farsa do mercado de carbono e os danos da eucaliptocultura,  e está sendo distribuído no Espírito Santo pela Federação de Órgãos para a Assistência Social e Educacional (Fase).

No filme, “duas comunidades em lados opostos do mundo, ligadas por um novo mercado de emissões, encontram semelhanças nas suas lutas. Uma comunidade no Brasil enfrenta os sérios efeitos da monocultura de eucalipto numa zona rural. A empresa Plantar tentou por três vezes entrar no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo do Protocolo de Kyoto, através do Banco Mundial”, diz a sinopse do filme.

A outra comunidade vive junto à maior refinaria de petróleo da Escócia, propriedade da BP. Seus produtores informam que  a BP investiu no fundo de carbono “do Banco Mundial”. E que “utilizando formações coletivas de vídeo, as duas comunidades percorrem um processo notável de partilha de cartas em vídeo, de forma a compreender os impactos em ambos os lados do mundo”.

O filme, disponível em DVD, é da categoria  documentário,  com 40 minutos. Foi produzido por Fencenline Films para a Carbon Trade Watch. Daniela Meirelles, da Fase, diz que o filme, embora tratando de uma comunidade do bioma Cerrado, retrata os mesmos problemas enfrentados pelos capixabas com a monocultura do eucalipto: a destruição da terra, da água e da biodiversidade, e os danos sociais.

No Espírito Santo, as plantações de eucalipto são quase na totalidade da transnacional Aracruz Celulose. A empresa, instalada há 40 anos, durante a ditadura militar, ocupa terras indígenas, territórios quilombolas e terras devolutas. As terras devolutas por lei devem ser destinadas à reforma agrária.

A exibição do filme é um dos recursos sugeridos para discussão no Dia Internacional contra a Monocultura de Árvores. No Estado, o dia será marcado com a programação da marcha dos trabalhadores do campo e da cidade. Na marcha, os trabalhadores denunciam  que o eucalipto toma lugar dos alimentos, entre outros problemas. A marcha na Grande Vitória começou no último domingo (14).

Nesta sexta-feira (19), já em Vitória, as atividades dos marchantes serão às 9 horas, no Centro de Educação Física, na Ufes. Discutirão os grandes investimentos no Estado. Ainda no Centro de Educação Física, às 19 horas, os temas serão “Educação e política de cotas – Relações de trabalho no campo e na cidade – alimentos”.

No sábado (20), dois debates na Grande São Pedro. O primeiro, às 14 horas, será na Escola Maria José. O outro é às 18 horas, na Escola José Lemos. Os temas são “Habitação popular - preço dos alimentos – desemprego - precarização do trabalho - salários, violência urbana”. Ainda no sábado, às 18 horas, na Fafi, serão realizadas apresentações culturais.

As atividades no domingo (21) serão às 9 horas, no Centro Sindical dos Bancários, próximo ao Terminal Dom Bosco.

O Dia Internacional contra as Monoculturas de Árvores foi criado por sugestão dos capixabas da Rede Alerta Contra o Deserto Verde. Serão realizadas manifestações na Índia e África do Sul, entre outros países.

Serviço - Segundo Daniela Meirelles, da Fase,  a Conexão Carbono (The Carbon Connection, em inglês) tem cópias legendadas em português. As cópias são distribuídas principalmente a grupos que possam copiar, para usar como instrumento de educação popular e ambiental. Os contatos podem ser feitos com a Fase pelos telefones (27) 3223.7436 / 3322.6330.

(Por Ubervalter Coimbra, Século Diário, 19/09/2008)

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