A Polícia Federal prendeu em Curitiba o secretário do Meio Ambiente da cidade de Biguaçu (SC), Sandro Roberto Andretti. Considerado foragido, ele era o último dos 14 suspeitos de envolvimento em supostos crimes ambientais que tiveram a prisão temporária decretada dela Justiça durante a Operação Dríade.
Andretti deve chegar a Florianópolis somente na manhã desta sexta-feira. Ele foi encontrado por agentes federais do Paraná na casa de um familiar. Outras treze pessoas, entre empresários, servidores públicos e políticos permanecem na carceragem da Superintendência da PF em Santa Catarina.
Um dos detidos, o empresário Fernando Marcondes de Mattos, da empresa Inplac, precisou ser levado na noite de ontem para uma clínica médica, onde permanece sob escolta da Polícia Federal. Os advogados requereram a transferência pelo fato do empresário ser cardíaco e necessitar de acompanhamento médico.
Em nota, a Polícia Federal confirmou a apreensão total de pouco mais de R$ 550 mil nas empresas, órgãos públicos e casa dos acusados. Além de R$ 177 mil, os policiais apreenderam US$ 199 mil durante a operação. Dois funcionários da empresa Proactiva, sediada em São Paulo, foram presos com US$ 63 mil cada.
Outros R$ 84 mil em dinheiro foram encontrados num cofre da Fatma (Fundação do Meio Ambiente), órgão vinculado ao governo do Estado e responsável pela emissão de licenças ambientais.
O presidente da Fatma, Carlos Leomar Kreuz, não foi localizado nesta quinta-feira para comentar o assunto. Ele determinou a abertura de uma sindicância interna para apurar a situação dos três servidores detidos.
As empresas citadas durante a Operação Dríade emitiram notas oficiais sobre o assunto. A Inplac informou que Fernando Marcondes se apresentou espontaneamente e colocou-se à disposição para colaborar com as investigações. A empresa afirma que aguarda o desenrolar das investigações para prestar futuros esclarecimentos. - Em 34 anos de história, a Inplac orgulha-se por ser uma das maiores contribuintes para o PIB do município de Biguaçu e por seu comprometimento com as causas sociais da comunidade local, sempre respeitando os mais altos padrões de ética e responsabilidade social e ambiental - consta na nota.
Também por intermédio de uma nota oficial, o advogado Nelson Picanço, que representa o empresário Márcio Luiz Schaefer afirmou que todos os atos praticados pela empresa SYD Participações e Empreendimentos são baseados em licenças ambientais legalmente concedidas pela Fatma. - Nota-se uma perseguição dos órgãos ambientais contra o empreendedor, cuja fábrica gera 600 empregos diretos e outros dois mil postos de trabalho indiretos - assinalou.
(Portal Terra,
Jornal do Brasil Online, 18/09/2008)