A Orla do Guaíba faz parte da identidade paisagística, de lazer e cultural de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul. O espaço está no centro de aguerrida polêmica, criada por um projeto, hoje tramitando na Câmara em regime de urgência, que prevê a construção de seis edifícios com 13 andares cada um (43 m de altura), no local onde ficava o extinto Estaleiro Só, também conhecido como Ponta do Melo.
Várias entidades do terceiro setor estão em campanha contra a proposta que, no entender delas, não só privatiza uma área de lazer importante, como gera um caos no trânsito, além de confrontar o princípio de conservação das margens de rios e lagos, legalmente Áreas de Preservação Permanente (APPs).
A votação do projeto, inicialmente prevista para o dia dez passado, terminou transferida para depois das eleições. Conforme colocou sabiamente o presidente da Casa, vereador Sebastião Melo (PMDB), o adiamento se deve à complexidade do projeto, que exige maior debate no Legislativo.
Para reforçar o recado aos vereadores, nesta quarta-feira houve uma “manifestação silenciosa” na Câmara de Porto Alegre. Representantes de associações de moradores, de ONGs com foco ambientalista e/ou social ocuparam as galerias do Plenário na sessão das 14h.
(Ecoluna Ambiente Brasil, 19/09/2008)