Os participantes da marcha que denuncia os problemas causados aos capixabas por monoculturas como as eucalipto e cana, além de discutir os problemas urbanos - como a poluição - cumprem a última etapa na Serra nesta quinta-feira (18). Na sexta, os manifestantes chegam a Vitória. Enceraram a marcha no domingo (21), às 9 horas.
Um dos coordenadores da marcha, Valmir Noventa, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e da Via Campesina, destacou a receptividade da comunidade da Grande Vitória aos participantes, e o aprofundamento da discussão sobre temas essenciais, como qualidade e preço dos alimentos.
“Muitos não conseguem perceber o que está por trás do aumento dos preços dos alimentos. Nas discussões, é possível ter clareza de que os preços são manipulados pelas transnacionais e que ainda não há escassez de alimentos. Há também ampla discussão sobre a qualidade dos alimentos, prejudicada pelo uso intensivo de agrotóxicos no processo de produção. Os alimentos são contaminados por esses venenos”, assinala Valmir Noventa.
O poder econômico destas empresas domina tudo: desde o Estado, através dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, até a imprensa. Dita a moda, o uso dos recursos naturais e afetam a qualidade de vida.
Os participantes estão ocupando todos os espaços programados em igrejas, sindicatos, escolas, ruas e praças. Os manifestantes seguem organizados pela Via Campesina e pela Rede Alerta contra o Deserto Verde.
O tema desta quarta-feira (17) foi “Cooperativismo – Alimentos de qualidade”, com alunos, professores e funcionários da Escola de 2º Grau de Nova Carapina.
Ainda na Serra, nesta quinta-feira (18), os marchantes estarão às 14 horas, na Paróquia de Jardim Limoeiro. Discutirão “Grandes projetos – Especulação imobiliária/expulsão urbana – segurança, privatização, prostituição infantil, juventude negra”.
A seguir, às 19 horas, na Paróquia de São José, em Carapina, as discussões sobre “Migração – Juventude - Juventude negra – População carcerária – Mulher”.
Na sexta-feira (19), já em Vitória, às 9 horas, no Centro de Educação Física, na Ufes, as discussões serão sobre “IIRSA e Grandes Investimentos no Espírito Santo”. Ainda no Centro de Educação Física, às 19 horas, os temas serão “Educação e política de cotas – Relações de trabalho no campo e na cidade – alimentos”.
No sábado (20), dois debates na Grande São Pedro. O primeiro, às 14 horas, será na Escola Maria José. O outro é às 18 horas, na Escola José Lemos. Os temas são “Habitação popular - preço dos alimentos – desemprego - precarização do trabalho - salários, violência urbana”. Ainda no sábado, às 18 horas, na Fafi, serão realizadas apresentações culturais.
O encerramento da marcha será às 9 horas de domingo (21), no Centro Sindical dos Bancários, localizado próximo ao Terminal Dom Bosco. Domingo é o Dia Internacional contra as Monoculturas de Árvores. O Dia foi criado por sugestão dos capixabas da Rede Alerta Contra o Deserto Verde. Serão realizadas manifestações na Índia e África do Sul, entre outros países.
(Por Ubervalter Coimbra,
Século Diário, 18/09/2008)