Os moradores de Governador Celso Ramos, na Grande Florianópolis, receberam, ontem(17), a notícia que alguns diziam já desconfiar: o chamado aterro sanitário, localizado em Biguaçu, polui as águas da Baía Norte, que banham o município.
Os nativos acreditam que uma das conseqüências seja a diminuição de espécies, se comparados com safras de anos anteriores, e episódios como a ocorrência de algas, que nos últimos tempos tem atingido os criadores de ostras e mariscos. Investigações da Polícia Federal constataram que o lixo depositado no aterro está sendo tratado de forma inadequada.
Com isso, contamina os rios da região e a baía. A Polícia Federal aponta a Proactiva Meio Ambiente, responsável pela administração do aterro, e as subcontratadas Armiplan, Coberlix e Anacon. As empresas são acusadas de poluir não somente as águas, mas também o solo.
Investigações apontaram que entre os entulhos depositados no local há algo mais grave: lixo hospitalar, o que colocaria em risco a saúde das pessoas que trabalham no local.
Atualmente, somente o município de Biguaçu recicla, através da intervenção dos catadores, cerca de 5% do material coletado, que é de 750 toneladas por mês.
Além disso, a Polícia Federal acredita que houve omissão por parte dos servidores da Fundação do Meio Ambiente (Fatma) e da Secretaria do Meio Ambiente de Biguaçu com relação à fiscalização no aterro.
O trabalho no aterro, localizado na Estiva do Inferninho, continuou normal, ontem. O vaivém dos caminhões manteve o movimento, em maior número pela manhã.
Nenhum dos funcionários da Proactiva, que tem um anexo ao lado, quis se manifestar sobre o assunto. A imprensa também foi impedida de fazer imagens internas.
(Diário Catarinense, 18/09/2008)