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biocombustíveis shell
2008-09-18

A Shell anunciou nesta quarta-feira, durante a conferência Rio Oil & Gas, que fechou seis novos acordos com institutos de pesquisa em vários países para avançar nos estudos sobre biocombustíveis de nova geração. Entre as instituições escolhidas pela petroleira anglo-holandesa está a brasileira Unicamp, disse Graem Sweeney, vice-presidente-executivo da empresa e responsável pela área de inovação.

"Precisamos fazer parcerias no mundo todo para ganhar mais experiência nos nossos projetos", afirmou Sweeney durante palestra na conferência, que reúne centenas de representantes do setor de petróleo e também de biocombustíveis. A pesquisa a ser desenvolvida no acordo com a Unicamp terá como foco o bagaço da cana-de-açúcar, segundo ele.

"Acho que não há dúvida de que a cana é competitiva. É claro que não será a única matéria-prima para desenvolvermos a produção de etanol de segunda geração, podemos usar a palha. Mas com certeza (...) a cana tem um papel importante", disse ele ao ser questionado se o bagaço da gramínea seria para a Shell a matéria-prima mais competitiva para o desenvolvimento do biocombustível de segunda geração.

Além da Unicamp, foram fechados acordos com o norte-americano MIT (Massachusetts Institute of Technology), duas instituições de pesquisa chinesas e outras duas no Reino Unido, entre elas a Universidade de Manchester. Sweeney explicou que os acordos com as instituições prevêem um período de pesquisa de 3 a 4 anos e que, se tiverem resultados satisfatórios, serão prorrogados.

Em 2007, a Shell decidiu quadruplicar os investimentos na área de biocombustíveis. Até a primeira metade da década, a Shell havia investido cerca de 1 bilhão de dólares em energia renovável, mas com foco principal em fontes eólica e solar. "Precisamos de inovação para reduzir os custos e ganharmos escala", afirmou Sweeney.

Em um período de cinco a dez anos, a Shell espera obter resultados com os chamados biocombustíveis de segunda geração, que não utilizarão alimentos como principais matérias-primas, ao contrário da maioria dos combustíveis renováveis de hoje. O foco é gerar combustível limpo com restos vegetais.

Segundo Sweeney, as pesquisas realizadas no Brasil deverão agregar valor a outros estudos desenvolvidos pela empresa. No caso da palha de cana, elas poderão apoiar os estudos de uma planta piloto de etanol que a Shell tem no Canadá. Ele afirmou ainda que, embora muitas empresas e instituições estejam com problemas de crédito para investimentos em biocombustíveis, esse não é o caso da Shell. Mas o executivo não detalhou quanto será investido nesses programas.

(Por Roberto Samora, Reuters, Globo, 17/09/2008)


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