Entrevista: Edison Luis Castro Martins, tecnólogo em Saneamento
Confira trechos da entrevista concedida por Edison Luis Castro Martins a ZH:
Zero Hora – O que sua pesquisa mostrará aos participantes do congresso?
Edison Luis Castro Martins – Entrei em contato com as prefeituras das 496 cidades gaúchas para verificar o tipo de resíduos que geram e que tipo de coleta fazem. Apenas cinco não responderam. O Estado é carente na coleta do lixo limpo, que pode ser reciclado.
ZH – A coleta seletiva?
Martins – Sim, temos um índice de 26% dos municípios com esse tipo de coleta, enquanto, no país, o índice é de 65%. Estamos atrasados na coleta seletiva.
ZH – Por que existe essa diferença?
Martins – Temos uma renda melhor em comparação com outros Estados, onde muita gente depende do lixo para sobreviver. Isso cria um estímulo para a coleta. Aqui, menos pessoas dependem disso.
ZH – O Estado se destaca positivamente em algum aspecto?
Martins – O país apresenta 61% de municípios com alguma forma de disposição final dos resíduos não-adequada, incluindo os lixões. Alguns municípios nem têm coleta. No Estado, temos 71% de disposição correta – o que exclui os lixões. Apenas locais com licença ambiental. Estamos bem melhor nessa área.
ZH – Há muitos lixões?
Martins – Todos os municípios têm alguma forma de lixão, com consentimento do órgão público ou não. Terrenos onde as pessoas jogam entulhos e lixo por conta própria. É preciso investir mais em educação ambiental. Essa é a principal conclusão que eu tiro.
(Zero Hora, 17/09/2008)