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transporte hidroviário
2008-09-17

Embarcação que será testada na sexta-feira pela governadora faz trajeto Porto Alegre-Guaíba em 18 minutos

Ao embarcar num catamarã na sexta-feira, fazendo a travessia entre Porto Alegre e Guaíba, a governadora Yeda Crusius reacenderá as discussões sobre a necessidade de uma hidrovia de passageiros entre os municípios. Sucessivos projetos fracassaram, nos últimos anos, porque não haveria viabilidade econômica no transporte fluvial.

Convidada pela empresa BBBarcos, de Porto Alegre, Yeda aceitou testar o catamarã Tapajós, que carrega até 94 passageiros e anda a 50 km/h. O sócio-gerente da empresa, Raul Machado, ressalta que a embarcação vai do Cais do Porto da Capital ao atracadouro de Guaíba em 18 minutos.

A governadora não assumiu compromissos, apenas conhecerá a embarcação, que já está destinada para operar no Pará, nos rios da bacia amazônica. Oficialmente, Yeda irá a Guaíba para instalar o governo no casarão que pertenceu a José Gomes de Vasconcelos Jardim, um dos líderes da Revolução Farroupilha (1835-1845). Ela desembarcará no cais da Aracruz Celulose, também para prestigiar as iniciativas empresariais do Estado.

Especialistas apontam que a hidrovia, além de descongestionar o trânsito, evitaria o isolamento entre Porto Alegre e a Metade Sul, em caso de pane na Ponte do Guaíba. Atualmente, há um projeto em análise na Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan). O catamarã surge como alternativa, mas tem complicadores. A tarifa custaria R$ 5 – mais do que a do ônibus. Porém, ele oferece poltronas, TV de plasma de 52 polegadas, água mineral, ar-condicionado e outras comodidades.

– É uma alternativa, mas não popular – avisa Machado.

Especialista sugere estudo específico sobre catamarã

Se a hidrovia fosse implantada, os porto-alegrenses não dependeriam apenas da cinqüentona Ponte do Guaíba para acessar a Metade Sul. Seguidamente, a estrutura precisa de consertos e tranca o trânsito na BR-290 a cada içamento do vão móvel.

Professor da Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, João Fortini Albano lembra que planos anteriores se mostraram antieconômicos. Mas sugere um estudo específico sobre o catamarã, uma vez que a embarcação é segura e rápida.

Caso a hidrovia não prospere, a solução seria construir outra ponte, unindo a Capital à BR-290. Em dezembro, a Concessionária da Rodovia Osório-Porto Alegre entregou um projeto à Agência Nacional de Transportes Terrestres, que está em estudo.

(Zero Hora, 17/09/2008)


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