O governo de Cuba afirma que o prejuízo causado por dois furacões que passaram pelo país nas últimas semanas, o Ike e o Gustav, foi o maior causado por esse tipo de fenômeno na história da ilha. Em um relatório preliminar sobre os estragos, divulgado pela televisão estatal, o governo diz que as tempestades causaram cerca de US$ 5 bilhões em perdas, afetando aproximadamente 450 mil lares.
Pelo menos 200 mil pessoas perderam suas casas e quase metade da produção anual de açúcar da ilha foi perdida. Além disso, a infra-estrutura de Cuba – incluindo linhas de transmissão de energia, estradas, escolas e hospitais – também foi afetada. O relatório diz que "a construção e a recuperação" das estruturas danificadas pelas tempestades "vão representar investimentos e recursos verdadeiramente multimilionários e exigir anos de trabalho".
Embargo
O Gustav atingiu Cuba em 30 de agosto, antes de seguir para o Golfo do México e castigar a costa americana na região do Estado da Louisiana. Apenas uma semana depois, o Ike chegou a Cuba, passando perto da capital, Havana. Na segunda-feira, os Estados Unidos anunciaram um aumento na oferta de ajuda financeira às vítimas dos furacões em Cuba, de US$ 100 mil para US$ 5 milhões.
Entretanto, o governo cubano rejeitou a oferta e disse que não poderia "aceitar um presente" enquanto a economia do país ainda é submetida ao embargo americano. As autoridades de Havana pediram a Washington que considerasse levantar o embargo em vigor há 46 anos por pelo menos seis meses, para permitir que o país possa comprar com mais facilidade materiais para a reconstrução.
(BBC, 16/09/2008)