Já pensou em fazer a feira na laje de casa? Não é piada. Nem estamos falando de colher uma pimentinha ali, um tomate acolá. Mas alface, rúcula, rabanete e até morangos sem um pingo de agrotóxico para suprir as mais fartas receitas.
O plantio de hortaliças e frutas no meio da cidade não é coisa nova, não. Começou depois da Revolução Industrial, na Europa, quando as pessoas migraram para as cidades e faltaram alimentos. Na França, por exemplo, ainda hoje existem os “jardins familiares”, pequenos terrenos alugados a preços módicos pela prefeitura às famílias que desejam plantar seus ingredientes favoritos. No Brasil, houve projetos similares em 1929, em 1945 e em 1983, por exemplo, quando foram criadas cerca de 170 mil hortas nos lares do estado de São Paulo. Algumas dão frutos até hoje. De lá para cá, os espaços ociosos nos centros urbanos ficaram ainda mais diminutos.
Por isso, o projeto Plantando na Cidade, do curso de agronomia da Faculdade Cantareira, de São Paulo, propõe a ocupação de quintais e lajes em casas e edifícios residenciais e comerciais com hortas em canteiros suspensos montados sobre telhas. “Assim, gasta-se um volume de terra muito menor que em um canteiro no chão e não é preciso impermeabilizar a laje, o que é caro e trabalhoso, pois a telha já é impermeável”, diz Marcos Victorino, responsável pelo projeto. Em espaços de 2 metros quadrados, já dá para plantar alimentos suficientes para substituir a ida à feira. Se for uma área comum do prédio, você ainda aproveita o momento da poda e da rega para cultivar uma boa relação com os vizinhos.
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Deu na telha: as hortas do Plantando na Cidade" (Planeta Sustentável - 25/07/2008).
(Por Priscilla Santos,
Revista Vida Simples / Planeta Sustentável - 09/2008)