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pneus usados
2008-09-17
Diariamente, as equipes de varrição e limpeza de áreas públicas de São Paulo recolhem das ruas 300 pneus velhos, que somam cerca de 1,5 tonelada. É como se 75 motoristas jogassem fora os quatro pneus de seus carros em qualquer lugar, todos os dias. A cada mês, outras 460 unidades sem condições de uso são deixadas nos pontos de coleta seletiva. Uma montanha de borracha que, até o fim de julho, quase sempre acabava nos aterros sanitários, onde o material leva até 600 anos para se decompor. Esses pneus agora têm um destino mais nobre: eles são triturados e reaproveitados na fabricação de tapetes para automóveis, solados de sapato, cimento e asfalto de avenidas e rodovias.

Reciclar pneus é obrigação de seus fabricantes, estabelecida por resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). A lei exige que, a cada quatro unidades fabricadas, cinco inservíveis recebam tratamento adequado – isto é, a borracha tem de ser reaproveitada. Dessa regra surgiu a Reciclanip, entidade ligada à Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip) que ajuda prefeituras na instalação de pontos de coleta e no transporte do material para usinas de trituração.

Em São Paulo, cinco subprefeituras receberam contêineres para esse fim: Santo Amaro, Butantã, Vila Maria, São Miguel e Itaquera. Esses pontos também coletam os pneus levados por qualquer pessoa, desde o dono de um carro até o proprietário de uma borracharia. A maior parte do material é triturada em São Bernardo do Campo.

A parceria chegou com atraso, se comparada com outras capitais. O Rio de Janeiro foi pioneiro: tem a coleta desde 2003 e atualmente recolhe 1000 toneladas por mês. Em Belo Horizonte (MG), são 15 toneladas por dia. “São os pneus que ficam com o consumidor ou mesmo dos pequenos geradores que não conhecem a cadeia de reciclagem”, afirma a gerente-geral da Reciclanip, Renata Murad.

Segundo Ronaldo Camargo, secretário-adjunto de Coordenação de Subprefeituras de São Paulo, a demora ocorreu porque, desde 2005, a prefeitura testava por conta própria formas de reaproveitar o material. Parte dos pneus recolhidos foi triturada e misturada ao asfalto de vias como a avenida Olavo Fontoura e ao redor da praça Campo de Bagatelle, na zona norte, e nas ruas Itajubi, Capivari e Major Natanael, na região oeste. Cada quilômetro de pavimento usa a borracha em pó de 1000 pneus.

ASFALTO-BORRACHA
Desde 1999, quando a resolução do Conama foi editada, 176 milhões de pneus de passeio foram recolhidos pela indústria do setor. Esse volume é reaproveitado principalmente pela indústria de cimento (84% do total), que usa o produto inteiro para aquecimento de fornos, mas o material também é usado na produção de asfalto (12%) e como matéria-prima de tapetes de borracha, incluindo os de automóveis (4%).

Apesar dessa proporção, usar pneus triturados na pavimentação é a melhor forma de reaproveitar o material, defende a professora de Engenharia de Produção da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Rosani de Castro. Ela e o professor Otávio José de Oliveira fizeram um estudo e concluíram que, embora custe 30% mais que o convencional, o asfalto-borracha dura até três vezes mais.

Tanto que o uso do material tende a crescer. A rodovia Anchieta tem 46 quilômetros cobertos pelo asfalto-borracha, e a concessionária Ecovias quer usá-lo em mais trechos. Quem está ao volante ganha com a melhor aderência e redução do ruído provocado pelo atrito. Uma união de conforto e consciência ecológica ideal para quem gosta de dirigir.

DEIXA COM A LOJA
Quem troca os pneus do carro em lojas confiáveis não precisa mudar de hábito. As principais revendedoras têm um sistema independente para destinar corretamente os produtos deixados pelos clientes. As redes DPaschoal, Caçula de Pneus e Zacharias coletam 16000 pneus por mês. O gerente de pesquisa e desenvolvimento da DPaschoal, William Xavier, diz que metade dos clientes prefere levar os pneus retirados. “Como o produto é deles, temos de respeitar”, afirma. Ainda assim, a rede manda 4000 pneus por mês para pontos de triagem que revertem o material para fábricas de cimento. A Caçula de Pneus e a Zacharias contrataram o serviço da TyreEco, empresa que nos últimos cinco anos recolheu 12,6 milhões de pneus em todo o país, segundo o gerente administrativo, Anderson Evangelista. “Só 10% têm condições de ser reformados. O resto é reaproveitado.”

AMBIENTE
Reciclar pneus ainda evita outros problemas. O material é inflamável e, em caso de incêndio, dispensa fumaça tóxica. Os pneus também liberam uma substância oleosa, que pode contaminar o solo e a água.

(Por Camila Monzani, Revista Quatro Rodas, setembro de 2008. Título original: Pneus no chão)

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