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áreas protegidas arte e meio ambiente
2008-09-16

Rotineiramente, os meios de comunicação apresentam matérias sobre o suposto desmatamento da floresta mato-grossense. Na busca de mudar essa situação foi apresentado na Assembléia Legislativa de Mato Grosso (AL-MT) o Projeto de Lei nº 491/08, que cria o Sistema de Unidades de Proteção ‘Chico Mendes’, com 2 milhões de hectares. “O projeto recomenda a preservação da natureza de forma sustentável, sem esquecer o ser humano como parte dela”, avaliou o deputado João Malheiros.

Em relação ao nome indicado à unidade de proteção, o parlamentar fez uma ressalva, sugerindo que seja substituído por Sistema de Unidades de Proteção ‘Arne Sucksdorff’. “O cineasta Arne, mundialmente famoso, era um apaixonado por esta terra que escolheu para viver e ficar eternamente. O pantanal e a floresta eram, sem dúvida, suas paixões”, explicou ao informar que o cineasta publicou vários livros de fotografia sobre a região, que renderam, inclusive, elogios internacionais.

Ainda justificando o porquê da substituição dos nomes, João Malheiros acrescentou que apesar de Chico Mendes ser um ícone do ambientalismo nacional seu ativismo foi desenvolvido no Estado do Acre e diversas instituições já ostentam o nome dele, sempre lembrando sua luta. Além disso, o deputado assinalou que há no Estado inúmeras pessoas que possuem vasto currículo em defesa do patrimônio ambiental e que merecem a homenagem prestada.

Historiador por formação e aproveitando seus conhecimentos sobre a História de Mato Grosso, Malheiros disse que chamar a unidade de preservação de Arne Sucksdorff , “será uma forma de homenagear a todos os mato-grossenses que lutaram e lutam em defesa dos nossos biomas”, contextualizou.

Um pouco da história de Arne Sucksdorff

Nasceu em Estocolmo, Suécia, em 1917, escreveu livros, roteiros, fotografou, dirigiu e produziu 15 filmes de longa-metragem e vários de curta-metragem. Mais do que um apaixonado pelo que fez, Arne foi um gênio que soube fazer de sua vida exemplo de amor ao próximo e a natureza. Com o documentário “Ritmo da Cidade”, ganhou o Oscar da Academia Americana de Cinema. Ganhou, ainda, a Palma de Ouro do Festival de Cannes com o filme “A Grande Aventura” e o Festival de Veneza com o filme “O Vento e o Rio”.

Chegou ao Rio de Janeiro em 1962 para dar um curso de cinema para jovens brasileiros: eram seus alunos Vladimir Herzog, Nelson Pereira dos Santos, Eduardo Escorel, Luiz Carlos Saldanha, Arnaldo Jabor, Joaquim Pedro de Andrade e até um nordestino que acabou sendo mais artista que cineasta, José Wilker.

Fascinado pela natureza do Rio de Janeiro, Sucksdorff resolveu conhecer e fotografar o Pantanal mato-grossense. Nova paixão à primeira vista! No Pantanal morou durante 30 anos e lá escreveu, filmou fotografou, casou, teve filhos. Seu livro “Pantanal, um Paraíso Perdido” encantou o mundo.

Para relembrar o cineasta, numa parceria do Instituto Memória e da Secretaria de Comunicação da Casa, a Assembléia Legislativa realizou o evento “Arne Sucksdorff” com exposição de fotos e apresentação do documentário “Arne Sucksdorff: uma vida documentando a vida” que fala do cineasta sueco que viveu 30 anos em Mato Grosso.

Em atendimento ao seu último pedido, feito à mulher, quando morou na Suécia, Arne teve suas cinzas trazidas para o Brasil e jogadas no Pantanal. “No dia em que fizemos isso, exatamente na hora em que jogamos as cinzas os jacarés emitiam um som único” relataram os que participaram do evento.

(Por Márcia Martins, Secretaria de Comunicação AL-MT, 15/09/2008)


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