Segundo a empresa, estação elevatória de esgotos segue as normas técnicas

O diretor da regional metropolitana da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan), Jucenir Gualberto Soares, disse que a Casan vai recorrer da multa de R$ 1 milhão recebida da Fundação Municipal do Meio Ambiente de São José, na Grande Florianópolis, por reincidência em lançamento de esgoto sem tratamento nas águas da Baía Norte.

A constatação da infração foi feita após denúncia telefônica à Guarda Municipal Ambiental. Em visita a uma estação elevatória de esgotos da companhia na rua Heriberto Hülse, em Barreiros, agentes verificaram que o local estava fechado e sem nenhum funcionário.

A elevatória, que é responsável por receber os dejetos de todas as bacias do sistema de esgoto sanitário continental e bombear para Estação de Tratamento em Potecas, estava desligada. Com isso, os resíduos provenientes dos esgotos sanitários extravasaram diretamente para o mar.

Foi emitido Auto de Infração Ambiental, baseado em legislação federal e municipal, que estabelecem normas para infrações ambientais.

O diretor da Casan afirmou que houve um entupimento na bomba que envia os dejetos para a Estação de Tratamento em Potecas por causa das ligações clandestinas dos canos de água pluvial na rede de esgoto.

— Naquele dia houve temporal, com o grande volume de água da chuva em função de ligações clandestinas, o sistema não pôde dar vazão. Além disso, ficou constatado que havia outras coisas no esgoto, como cabelo etc — disse o diretor.

Segundo ele, objetos como roupas e sacos plásticos são jogados na rede:

— As pessoas acham que ali pode colocar tudo, e acaba entupindo. Em função do volume, extravasou.

O diretor disse que a elevatória é monitorada eletronicamente e que, quando a bomba fica entupida, o monitor avisa a Casan, que desloca um técnico para verificar o que aconteceu. Ele afirmou que não há necessidade de um funcionário ficar no local:

— Tão logo foi dado o alarme, o técnico foi lá.

A Casan recebeu o auto de infração e vai fazer a defesa, justificando que a elevatória foi feita segundo as orientações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) com a finalidade de extravasar quando houver algum problema.

— A elevatória serve para, quando acontecer isso, extravasar, e não (o esgoto) voltar para a casa as pessoas.

Empresa foi multada três vezes em 2008
Essa é terceira multa da Casan por infrações ambientais em São José. Na primeira vez, em março deste ano, foi multada em R$ 500 mil em função desse mesmo problema. Ainda em março, a empresa foi multada em R$ 350 mil por estar exercendo atividade potencialmente poluidora sem a devida Licença Ambiental.

(Diário Catarinense, 15/09/2008)