Este pode ser o verão com menor quantidade de gelo no Ártico. A extensão do gelo no mar do Pólo Norte caiu abaixo do mínimo registrado em 2005, que foi o segundo ano com menor camada de gelo na história. O recorde em encolhimento de gelo foi registrado no ano passado, segundo o National Snow and Ice Data Center (Centro Nacional de Informações sobre Neve e Gelo), dos Estados Unidos. A grande dúvida é se o gelo vai continuar derretendo ainda este ano e bater o recorde de 2007. A temporada de derretimento do gelo ainda prossegue por mais algumas semanas. Mesmo que o verão deste ano não bata o recorde do ano passado, já é preocupante que chega. Ele confirma a tendência de aceleração do degelo no Pólo Norte nesta década.
O mapa acima mostra em que ponto estava a camada de gelo no dia 26 de agosto de 2008. A linha vermelha mostra onde fica o gelo em verões normais. É a média dos verões entre 1979 e 2000. Dá para ver como a situação está bem diferente nos últimos anos.
O degelo do Ártico não vai elevar o nível dos mares. Isto porque a camada de gelo ali já está flutuando no mar. O grande impacto do desaparecimento dessa calota branca é seu potencial para acelerar o aquecimento no resto do planeta. Isto porque o gelo branco reflete 80% da luz solar. Enquanto a superfície escura do mar absorve 80% da luz. Com menos gelo, o mar passa a aquecer mais rápido. E temperaturas mais altas no Pólo Norte podem acelerar o derretimento de um bloco de gelo mais preocupante, o que cobre a Groenlândia. Esse sim está ancorado em rocha. Na medida que as grandes geleiras da Groenlândia vão se rachando e caindo no mar, elas elevam o nível dos oceanos. Além disso, o derretimento do Ártico pode mexer com as correntes marinhas, provocando perturbações no clima de todo o Hemisfério Norte.
(Por Alexandre Mansur, Blog do Planeta, 15/09/2008)