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Artigo - Motivos pelos quais não se recomenda o repovoamento de peixes
gestão dos recursos hídricos psicultura pesca2008-09-16
Em um primeiro momento, o ato de
introduzir alevinos de espécies nativas criadas em cativeiro,
em ambientes com diminuição de seus estoques pesqueiros
é bastante louvável e impactante, principalmente para a
opinião pública e a mídia. Mas em uma análise
mais profunda percebe-se que esse esforço se torna, na grande
maioria das vezes, ineficaz ou problemático.
- Ineficácia: Uma das principais causas da falta de peixes é a degradação ambiental das margens dos mananciais, sem os quais o desenvolvimento deles se torna, quase sempre, impossível. Então, desovar alevinos em ambientes nos quais eles não se desenvolvam se torna inútil.
- Problemas: levando-se em conta que os alevinos desenvolvam-se, percebe-se que ao invés de soluções, podem aparecer mais problemas. Entre eles:
b) Introdução de parasitas e outras doenças: a criação de peixes em cativeiro e em grandes proporções favorece o aparecimento de doenças e parasitas, que se não controlada pode provocar alto índice de mortalidade nesses criadouros. O exemplo mais conhecido é a do pequeno crustáceo Lernia, que ataca as brânquias dos peixes. Em ambientes naturais onde esse microcrustáceo acabou sendo introduzido, através de espécies nativas criadas em cativeiro, tornou-se um problema quase impossível de ser controlado, causando grande prejuízo ao meio ambiente.
A visível diminuição dos recursos pesqueiros se dá principalmente pela degradação do meio ambiente e pela demasiada exploração desse recurso, sendo assim, ao invés de provocar mais problemas, através do repovoamento, ações como, evitar a degradação e recuperar as condições naturais dos recursos hídricos afetados, além de se respeitar a capacidade de reposição dos estoques das populações naturais de pescado, trariam melhores efeitos.
(Por Clóvis Pinheiro Junior* e Dr. Marcelo Rossato**, Texto recebido por E-mail, 08/09/2008)
* Biólogo, faz pós-graduação na Universidade de Caxias do Sul (UCS ) na área de Manejo de Recursos Hídricos - Projeto LACOS /Recursos Pesqueiros.
** Professor titular da Universidade de Caxias do Sul - UCS / Projeto LACOS/Recursos Pesqueiros.
- Ineficácia: Uma das principais causas da falta de peixes é a degradação ambiental das margens dos mananciais, sem os quais o desenvolvimento deles se torna, quase sempre, impossível. Então, desovar alevinos em ambientes nos quais eles não se desenvolvam se torna inútil.
- Problemas: levando-se em conta que os alevinos desenvolvam-se, percebe-se que ao invés de soluções, podem aparecer mais problemas. Entre eles:
a) Baixa variabilidade genética: alevinos criados em cativeiro, são em sua grande maioria provenientes de um, ou poucos casais de matrizes. É a variabilidade genética (que promove as variações nos indivíduos), o que permite que as espécies sobrevivam a mudanças no meio onde vivem, sendo assim, a sobrevivência de espécies é comprometida quando esse fator natural é prejudicado pela introdução de peixes com características genéticas muito parecidas.
b) Introdução de parasitas e outras doenças: a criação de peixes em cativeiro e em grandes proporções favorece o aparecimento de doenças e parasitas, que se não controlada pode provocar alto índice de mortalidade nesses criadouros. O exemplo mais conhecido é a do pequeno crustáceo Lernia, que ataca as brânquias dos peixes. Em ambientes naturais onde esse microcrustáceo acabou sendo introduzido, através de espécies nativas criadas em cativeiro, tornou-se um problema quase impossível de ser controlado, causando grande prejuízo ao meio ambiente.
A visível diminuição dos recursos pesqueiros se dá principalmente pela degradação do meio ambiente e pela demasiada exploração desse recurso, sendo assim, ao invés de provocar mais problemas, através do repovoamento, ações como, evitar a degradação e recuperar as condições naturais dos recursos hídricos afetados, além de se respeitar a capacidade de reposição dos estoques das populações naturais de pescado, trariam melhores efeitos.
(Por Clóvis Pinheiro Junior* e Dr. Marcelo Rossato**, Texto recebido por E-mail, 08/09/2008)
* Biólogo, faz pós-graduação na Universidade de Caxias do Sul (UCS ) na área de Manejo de Recursos Hídricos - Projeto LACOS /Recursos Pesqueiros.
** Professor titular da Universidade de Caxias do Sul - UCS / Projeto LACOS/Recursos Pesqueiros.
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