Movido por duas baterias de chumbo ácido, um miniveículo feito de sucatas de metais velhos, rodas e peças de bicicleta é a invenção dos estudantes do curso Técnico de Eletrônica do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) de Pelotas. O novo veículo eletrônico tem capacidade para duas pessoas e foi projetado para circular em perímetro urbano. 'Com as baterias usadas, que foram doadas, o miniveículo rodou 5 quilômetros na velocidade de 35 km/h', segundo relatou o professor e coordenador do projeto, Rafael Galli.
O protótipo pode atingir até 21 quilômetros com a mesma velocidade. 'No futuro, quando trocarmos os freios de bicicleta comuns por um disco, o carro andará mais rápido', afirmou Rafael, que comemora os primeiros resultados de um ano do projeto que custou R$ 900,00.
O miniveículo mede 2 metros de altura por 80 centímetros de largura. 'Ele passa pela porta de entrada de uma casa. Não precisa nem de garagem e o mais importante é que não polui', enfatizou Rafael.
No início, a idéia era montar um protótipo analógico, mas, após uma série de testes, o veículo foi aperfeiçoado para um sistema microprocessado. 'Apenas a bateria e o volante são de automóveis comuns', revelou o professor. Ele explicou que a estrutura do miniveículo já foi patenteada por pesquisadores americanos há alguns anos. 'O importante é conseguirmos, agora, patentear o software que está sendo desenvolvido para a segunda fase de testes do veículo', adiantou. Esse software funcionará como um computador de bordo inteligente, que dará os comandos de ajustes necessários para o piloto dirigir o protótipo.
O próximo passo é aprimorar o miniveículo para uso dentro das dependências do Cefet de Pelotas. 'A intenção é que o carro seja usado como meio de transporte de pessoas com necessidades especiais e idosas. 'Quando este aperfeiçoamento estiver concluído, em 2009, vamos buscar a patente do miniveículo, que, com essas especificações e objetivos, será novidade mundial', destacou o coordenador dos estudos.
(Correio do Povo, 15/09/2008)