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sustentabilidade
2008-09-15

O Desenvolvimento Harmônico e Sustentável, um dos três temas escolhidos para serem trabalhados pelo programa Sociedade Convergente, em 2008, foi o assunto debatido na manhã de sexta-feira (12/09), na Assembléia Regional de Convergência, em Pelotas. Os integrantes do Grupo Executivo de Acompanhamento dos Debates (GEAD) que tratou do tema, o promotor de Justiça Rodrigo Schöller de Moraes, a economista da Ocergs Adriana Yamasaki e o economista Helios Puig Gonzalez, do Fórum Gaúcho de Responsabilidade Social e da FEE, apresentaram o relatório elaborado pelos técnicos que estudaram o assunto. Ainda integrou a mesa o representante da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Pelotas Fernando Estima.

A coordenação dos trabalhos foi compartilhada pelo deputado Nélson Härter (PMDB) e pelo diretor do Fórum Democrático de Desenvolvimento Regional, João Gilberto Lucas Coelho. Entre os presentes, o secretário de Relações Institucionais, Celso Bernardi, além de prefeitos e vereadores da região, representantes das universidades e de outras organizações. O evento, que reúne representantes dos 22 municípios do Conselho Regional de Desenvolvimento (Corede) Sul, acontece no auditório do Cefet (Praça Vinte de Setembro, 455, Pelotas).

Foram escolhidos Fernando Estima e Ivone da Rosa, da Câmara de Comércio de Rio Grande, como delegados que participarão da Assembléia Estadual de Convergência, que ocorrerá, em dezembro, em Porto Alegre.

O relatório

Moraes falou sobre os critérios básicos para verificar se um local que sofre determinada ação é harmônico e sustentável. "Vimos que antigamente o desenvolvimento e os recursos da natureza eram ilimitados", lembrou o promotor, ao fazer um retrospecto ao longo dos anos. "Na década de 1990, houve a percepção de que há limitações na natureza e que o modelo de desenvolvimento precisava ser reavaliado". Ele explicou que as causas do desenvolvimento não ser sustentável e harmônico são multifatoriais. Para remediá-las seria necessário um planejamento e uma gestão sistêmica e convergente.

"Precisamos tomar uma atitude que vise a sustentabilidade e a efetividade da qualidade de vida", afirmou. Para isso, "temos que atender necessidades e não mais desejos". As necessidades não são apenas fisiológicas, mas, também, psicológicas. Ele defendeu as redes de cooperação como forma de busca desta sustentabilidade.

Questão social

Gonzalez expôs a questão social. Ele apresentou os resultados de uma pesquisa elaborada pela FEE que tratou das alternativas para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2000. Os indicadores mostrados por ele referem-se às cidades do Corede Sul, composto por 22 municípios, dos quais 11 necessitam de atenção especial. "A inclusão social significa desenvolvimento. Essa é a idéia fundamental que está por trás de nosso trabalho", explicou. "50% destes municípios deveria dar maior atenção à renda per capita. Da mesma forma, 82% deles, deve diminuir a taxa de crianças que nascem com baixo peso", disse.

Adriana abordou o eixo econômico, no qual foi diagnosticada a realidade do Rio Grande do Sul. Ela explicou que há uma concentração no Estado do PIB em cinco dos Coredes. "A economia do Estado mantém-se em quarto lugar no ranking nacional, mas o PIB per capita reduziu-se entre 1995 e 2004", afirmou. "Há uma concentração industrial em nove regiões, das 35 do Estado", acrescentou. "Isso elevou o grau de concentração urbana nestes locais e de desigualdades regionais". Entre as sugestões apresentadas para melhorar as finanças do Estado estão o combate à evasão fiscal.

Novo Sul

O Projeto Novo Sul foi trazido por Estima. Ele contou que a iniciativa surgiu a partir de um trabalho do Sebrae Nacional denominado Líder (Liderança para o Desenvolvimento Regional) na região. Para a iniciativa, foram indicados representantes da sociedade local. Os participantes elaboraram um planejamento estratégico para a região, explicou o representante local. A partir daí, o movimento transformou-se em Novo Sul. "A região precisa entender que tem de andar junto. Queremos nos alinhar", resumiu.

"Em todos os momentos da nossa história, os exageros têm sido uma constante", alertou Estima. "É preciso fazer uma discussão cuidadosa sobre como desconcentrar a economia do Estado". Estima acredita que os incentivos fiscais podem ajudar empresas a se instalarem em locais não tão atrativos. "O Porto de Rio Grande é uma das grandes alternativas de desconcentração industrial".

Debate

Entre os participantes que se manifestaram, Giovani Teixeira, diretor do Sindiáguas, questionou o crescimento da silvicultura na Região Sul: "Estamos preocupados com os desertos verdes. É preciso ter cuidado com isso". Valdino Krause, do Corede Sul, lembrou que a convergência é uma aprendizado e uma caminhada.

"O Sociedade Convergente está ajudando a fazer a elaboração de um plano estratégico para o Estado", analisou o secretário Bernardi. "Estamos avançando por estamos vendo também os pontos positivos e não só nos concentrando nas reivindicações". E acrescentou: "Pela primeira vez, o governo do Estado alocará, por meio do orçamento de 2009, recursos para a elaboração dos planos estratégicos das regiões do Estado".

Lélio Falcão, da Força Sindical e da Força Verde, trouxe dois temas polêmicos ao debate: a questão da faixa de fronteira e do Bioma Pampa, "que impedem investimentos na região". A prefeita de Turuçu e presidente do Corede Sul,

Selmira Fehrenbach, acrescentou que o Movimento Novo Sul tem um grupo de 38 colaboradores: "Estamos vivendo um amadurecimento político de toda região para que trabalhemos de forma integrada. Isso fará a diferença".

Tarde

A partir das 14h, foi a vez do tema Infra-estrutura em Transportes, Saneamento e Energia. Na quinta-feira (11/09) à noite, aconteceu a abertura do evento, com a participação do presidente da Assembléia Legislativa, deputado Alceu Moreira (PMDB), e diversas autoridades. "Fotografe Rio Grande agora: essa cidade nunca mais será o que foi", destacou o presidente, ao ressaltar os investimentos recebidos pelo município nos últimos tempos. "Precisamos que essa região contribua com o debate para sabermos o que as pessoas daqui querem".
 
(Por Vanessa Lopez, Agência de Notícias AL-RS, 12/09/2008)


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