O segundo dia do seminário de mudanças climáticas na quarta-feira, dia 10, em Cuiabá, abriu espaço para a discussão sobre o mercado de créditos de carbono, projetos de integração lavoura-pecuária, iniciativas de recuperação de áreas degradadas e pagamento por serviços ambientais. Os temas são vistos como oportunidades de geração de renda e alternativas para enfrentar os impactos negativos das ações humanas sobre o ambiente e o clima.
O governador do Estado de Mato Grosso, Blairo Maggi, esteve presente no evento e falou sobre a importância do diálogo entre os setores produtivos, sociedade civil e poder público não somente para enfrentar as mudanças climáticas, mas para a conservação dos recursos naturais de forma geral. “Precisamos discutir questões como a água e não só o desflorestamento. O nosso modelo de agricultura precisa ser adaptado para o não-desperdício deste recurso”, declarou o governador.
Blairo Maggi ainda falou sobre a sustentabilidade dos projetos de reflorestamento e da forma como o Estado é visto nos cenários nacional e internacional. Segundo o governador, Mato Grosso precisa se desenvolver respeitando a sua população e os seus recursos naturais. “Nós não somos a última fronteira agrícola, nós somos a primeira barreira para frear os avanços do desmatamento para dentro da floresta amazônica”.
Integração lavoura-pecuáriaUma das soluções apresentadas durante o evento para diminuir os impactos da agropecuária no ambiente e aumentar a produtividade das propriedades rurais é a integração lavoura-pecuária, apresentada pelo pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão, Flavio Jesus Wruck. O sistema sugere o consórcio de pastagem para o gado, cultura de grãos, como a soja, o arroz e o milho, e também de espécies para a produção de agrocombustíveis, como o girassol. De acordo com Flavio Wruck, a propriedade passa a ser produtiva durante todo o ano e possibilita a engorda do gado durante a seca pela melhora na qualidade da pastagem. A integração da pecuária com a lavoura também possibilita a redução dos custos de produção. “A implantação do sistema diminui o uso de agrotóxicos, fungicidas e adubos químicos. E, pela diversificação da produção, diminui os riscos de mercado da atividade agrícola”. O sistema também pode ajudar a diminuir a pressão pela abertura de novas áreas agrícolas, o que beneficia diretamente a redução das emissões de gases efeito estufa.
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Amazonia.org.br, 12/09/2008)