O ministro de Minas e Energia disse que o Brasil dispõe de um plano de contingência para reduzir o consumo interno de gás em caso de problemas no suprimento. Mas, segundo ele, a aplicação de um plano como esse não é necessária no momento
Edison Lobão, Ministro de Minas e Energia (Foto: Agência Brasil) O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse nesta quinta-feira, em entrevista à imprensa, que "se tudo correr dentro do previsto", o fornecimento de gás da Bolívia para o Brasil deverá ser normalizado por completo dentro de dois a três dias. O ministro estava se referindo ao incêndio em uma válvula de um gasoduto no sul da Bolívia, ocorrido nesta quarta-feira, que reduziu em 3 milhões de metros cúbicos o envio do gás ao Brasil. "O incêndio foi suplantado e a válvula está resfriando. Amanhã ou depois ela volta a funcionar. Imaginamos que em dois ou três dias tudo será normalizado", explicou.
Segundo ele, a redução de 3 milhões de metros cúbicos diários não é um problema. "Basta retirar uma térmica da Petrobras para compensar a perda", afirmou. Sem dizer qual é a usina, Lobão admitiu que uma termelétrica já foi desligada, mas que poderá voltar a funcionar logo mais. "Não haverá problemas para o abastecimento de energia", disse.
O ministro disse que por enquanto os usuários de gás natural não têm com o que se preocupar. Ele admitiu que a situação ficou mais preocupante na manhã desta quinta quando um outro problema numa válvula na Bolívia reduziu em cerca de 15 milhões de metros cúbicos diários o bombeamento de gás. Mas, esse problema já foi contornado, segundo o ministro.
Lobão disse que o Brasil dispõe de um plano de contingência para reduzir o consumo interno de gás em caso de problemas no suprimento. Mas, segundo ele, a aplicação de um plano como esse não é necessária no momento.
Plano de contenção
Lobão disse que o plano de contingência para o fornecimento de gás será adotado se houver um novo agravamento da situação de fornecimento. Segundo ele, entre as medidas do plano de contingência, está a retirada de todas as térmicas a gás da Petrobras e da Eletrobrás. Outra eventual providência é a suspensão da injeção de gás no processo de extração de petróleo.
Além disso, Lobão afirmou que as indústrias que contam com suprimento de gás podem funcionar com o óleo diesel temporariamente. No caso dos usuários de veículos movidos a gás, Lobão disse que, no último caso, não teria transtorno porque os veículos podem funcionar com álcool e gasolina. O ministro ressaltou que as eventuais medidas não necessariamente foram citadas na ordem em que deverão ocorrer.
Ao ser questionado sobre se o plano de contingência poderia poupar 31 milhões de metros cúbicos da gás natural (volume total contratado da Bolívia), Lobão respondeu: "Pode chegar". Segundo Lobão, o problema de fornecimento de gás ocorreu porque pessoas foram aos gasodutos na Bolívia e começaram a dar pancadas nas válvulas. De acordo com ele, as válvulas têm uma tecnologia que faz com que elas sejam desligadas automaticamente numa situação dessa, e podem ser religadas, retomando o fornecimento.
Segundo Lobão, o tratado entre Brasil e Bolívia para o fornecimento de gás prevê uma penalidade caso seja interrompido. "Mas o mais urgente nesse momento é restabelecer a normalidade da situação. A questão da indenização, fica para depois", disse Lobão.
(Agência Estado, O Povo, 11/09/2008)