As primeiras micro-usinas de álcool de famílias ribeirinhas do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) estão prestes a se tornar realidade. O convênio com a Eletrosul para a construção das três micro-usinas foi assinado nesta quinta-feira (11/09).
O integrante do MAB, Eloir Soares, conta que os próximos passos são terminar o estudo e o projeto técnico para a implantação das micro-usinas. A previsão é que em Abril do próximo ano, as unidades comecem a funcionar nas cidades de Anita Garibaldi e Cerro Negro em Santa Catarina, e no município de Esmeralda no Rio Grande do Sul. Mais de 400 famílias ribeirinhas serão beneficiadas.
Para Soares, a implantação das micro-usinas confirma a importância dos pequenos agricultores gerenciarem a sua produção de alimento e energia. Dessa forma, os trabalhadores não serão mais explorados pelas empresas do setor. “Nós achamos que, se tiver para desenvolver as comunidades, a agricultura familiar e gerar alimentos, e não na mão de empresa para especular e ganhar dinheiro, esse é o caminho correto, ou cai na mão de empresa ou da agricultura familiar”, defende.
As usinas irão utilizar cana-de-açúcar para a produção de álcool. No entanto, já está em estudo a possibilidade de usar também o amido, extraído da batata doce, mandioca, beterraba e outros. Todos os produtos já são plantados pelos pequenos agricultores. No início, o álcool produzido será usado para consumo próprio e no maquinário e veículos da propriedade. Posteriormente, o projeto será ampliado. Serão construídas mais micro-usinas em outros municípios, além de uma Central de Destilaria de Álcool.
(Por Paula Cassandra, Agência Chasque, 11/09/2008)