O Golfo do México, que sofria nesta quinta-feira com a passagem furacão Ike, é uma região vital para a indústria petrolífera norte-americana, já que nela se concentra um quarto da produção de cru e mais de 40% da capacidade de petróleo refinado do país. Nessa região, 717 plataformas off-shore bombeiam 1,3 milhão de barris por dia de cru e extraem 200 milhões de metros cúbicos diários de gás natural, segundo o Ministério do Interior norte-americano.
Isso equivale a 26% da produção de petróleo do país e a 11% da de gás natural. A capacidade de petróleo refinado no litoral da Louisiana e no Texas alcançou no ano passado 7,3 milhões de barris por dia, ou seja, 40% da capacidade dos Estados Unidos, segundo o Departamento de Energia (DOE, por suas siglas em inglês) desse país.
Além disso, o México extrai 80% de sua produção nacional (3,7 milhões de barris por dia em 2006) no Golfo de Campeche, no sudeste da região, e na jazida de petróleo gigante de Cantarell, entre outros, segundos dados do DOE. A passagem do furacão Gustav provocou a interrupção total da produção de petróleo do Golfo na semana passada, que só havia retomado parcialmente suas atividades antes que o Ike ameaçasse novamente a região.
Os Estados Unidos também foram privados de mais de 10% de sua capacidade de petróleo refinado, segundo os especialistas. Em 2005, a passagem devastadora do furacão Katrina, seguido pelo furacão Rita, deslocou plataformas de petróleo, danificou oleodutos e causou inundações nas refinarias. Três meses depois, 25% da produção de petróleo não havia sido retomada.
Os analistas do banco canadense de investimentos CIBC consideraram recentemente que a produção da região, "que já foi considerada a melhor esperança dos Estados Unidos para obter sua independência energética, estará cada vez mais ameaçada por fortes tempestades cuja freqüência e potência continuam aumentando".
(AFP, Ultimo Segundo, 11/09/2008)