O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, afirmou ontem (10/09) que está preocupado com o possível aumento do desmatamento na Amazônia nos meses que antecedem as eleições de outubro. Ele acredita que está havendo pressão política em decorrência do período eleitoral, o que pode levar prefeitos e governadores a evitar medidas impopulares para coibir crimes ambientais.
- Não temos os dados de agosto, mas estou muito preocupado. Estou sobrevoando a Amazônia e tenho visto a floresta queimar em vários lados - disse Minc após reunião do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
Segundo o ministro, tem havido muita pressão política sobre prefeito e governadores.
- Inclusive, pedi para ser feito um levantamento, não está pronto ainda, para analisar os meses antes de eleições. Nenhum prefeito e nenhum governador quer ser antipático na véspera da eleição - argumentou.
De acordo com Minc, historicamente, os meses anteriores às eleições são ruins em relação ao desmatamento. - Vi uma série de queimadas que ainda não estão tabuladas, mas tenho sobrevoado a Amazônia e tenho visto muitas queimadas em muitas áreas. Você fecha uma serraria em um lugar e, se não são criados empregos sustentáveis na mesma região, o sujeito vai desmatar cinco quilômetros adiante - disse o ministro.
Minc relatou que participou ontem de uma operação no Parque Nacional do Juruena (MT), em que viu "dezenas de crimes ambientais".
- Desmatamento, queimada, gado [criado ilegalmente], apreendemos um caminhão com palmito ilegal, toras ilegais. Se em um parque nacional acontece isso, a situação não está segura e precisamos fazer um esforço muito grande de todos os ministérios para agilizar a execução do Plano Amazônia Sustentável [PAS] - afirmou.
Para o ministro, a "luta de gato e rato" e a simples repressão não vão resolver o problema do desmatamento. É preciso, segundo Minc, criar opções de renda sustentáveis para as pessoas que vivem na Amazônia.
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Agência Brasil, 10/09/2008)