Segundo presidente do Instituto, ainda não há elementos técnicos para definir se mudança de local é viávelO presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), Roberto Messias Franco, disse nesta quarta-feira, 10, à Agência Estado que o órgão ainda não concluiu o relatório sobre a proposta do consórcio Energia Sustentável do Brasil, liderado pela Suez, de alterar em nove quilômetros o local de construção da usina hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira (RO). "A questão está em análise. Vamos responder o mais rápido possível", disse.
Messias afirmou que ainda não dispõe de elementos técnicos para dizer se o deslocamento da usina é ou não viável do ponto de vista ambiental. Na semana passada, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, havia dito que "no máximo" até segunda-feira desta semana o Ibama concluiria o relatório sobre a mudança de Jirau, o que acabou não acontecendo.
O presidente do Ibama, que participou nesta tarde de reunião do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), decidiu não estabelecer um prazo para a conclusão dessa avaliação sobre Jirau. "É um pedido inédito e não corriqueiro (o da mudança da usina). Temos que ter cuidado para responder com segurança", completou.
Angra 3Messias afirmou também que o Ibama deverá liberar "nos próximos dias" a licença ambiental de instalação do canteiro de obras da usina nuclear Angra 3, no Rio de Janeiro. Segundo ele, a Eletronuclear, estatal responsável pela construção da usina, solicitou a emissão de uma licença apenas para o canteiro de obras para agilizar o início das operações.
Quando emitida, essa licença permitirá a instalação dos barracões dos operários e de outras etapas básicas da obra civil, como a terraplanagem. A licença de instalação para o início da construção da usina já é um processo mais complexo, porque envolve as características peculiares de uma usina nuclear. Essa segunda licença, mais específica, também tem que ser emitida pelo Ibama. Mas, segundo Messias, a Eletronuclear ainda não entregou a documentação necessária que tem que ser analisada pelos técnicos do Ibama para emissão da licença de instalação da usina.
(Por Leonardo Goy, da
Agência Estado, 10/09/2008)