O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, anunciou nesta quinta-feira um plano de contingenciamento imediato no fornecimento de gás no País por causa dos incidentes ocorridos na Bolívia. Lobão evitou falar em prejuízos, mas afirmou que a redução do envio de gás boliviano trará "dificuldades" ao Brasil. O governo brasileiro não sabe ainda de quanto será essa perda.
"Não temos condição de quantificar qual vai ser a perda do envio de gás da Bolívia para o Brasil. O fato é que já temos um plano de contingência para suprir as nossas necessidades", disse o ministro, em Manaus, ao acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma agenda de inaugurações e visitas a obras no Amazonas.
O plano anunciado prevê inicialmente a substituição do gás pelo diesel nas usinas térmicas da Petrobras e da Eletrobrás e, segundo Lobão, até de algumas unidades privadas. "O plano deve durar o tempo que levar o restabelecimento do gás da Bolívia nas quantidades originalmente previstas, que são de 31 milhões de metros cúbicos (por dia)", disse Lobão.
Lobão explicou que houve uma interrupção no fornecimento hoje pela manhã antes mesmo da explosão, mas que não teve grande impacto. "Foi da ordem de 5 milhões de metros cúbicos de gás. Mas isso não nos causou problema porque há uma reserva no Brasil", comentou.
O presidente Lula não comentou sobre o incidente na Bolívia e o risco de desabastecimento de gás no Brasil.
Lula e uma comitiva de ministros visitaram hoje um dos canteiros de obra do gasoduto Urucu-Coari-Manaus. Com 661 km de extensão, o gasoduto permitirá levar ao mercado o gás natural produzido na Bacia do Solimões, no Amazonas. Os investimentos estão estimados em R$ 3,5 bilhões e a operação comercial está prevista para iniciar em setembro de 2009.
(Agência Estado, O Povo, 10/09/2008)