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siderúrgicas passivos da siderurgia
2008-09-11
Os moradores do sul do Espírito Santo, ambientalistas e militantes dos direitos humanos à frente, não vão descuidar em relação à poluição, mesmo com o recuo do governador Paulo Hartung em relação à instalação da siderúrgica chinesa Baosteel e da Vale na região. O apoio era irrestrito ao projeto, mas mudou, entre outros, pela intervenção da Igreja Católica.

Os ambientalistas afirmam que vão se manter em alerta, e que não só a Baosteel é ameaça à comunidade. Comemoram, contudo, a informação sobre o recuo do governador Paulo Hartung em relação ao projeto, divulgada com exclusividade por Século Diário.

Bruno Fernandes da Silva, presidente do Grupo de Apoio ao Meio Ambiente (Gama), informou que considera a chance de a Baosteel e a Vale instalar sua siderúrgica em Ubu, no município de Anchieta, da ordem de 5%. Mesmo assim, a empresa só virá para o Estado, “se os movimentos sociais pedirem. E isso não vai acontecer”.

É que a comunidade já sofre, demais, com a poluição causada pela Samarco, Vale e a anglo-australiana BHP Billiton, que tem três usinas de pelotização na área. Para os moradores, a poluição já é insuportável.

As lideranças esperam, contudo, informações complementares sobre o projeto do governo para a região. No dia 8 de outubro, às 14 horas, na Samarco, as entidades do chamado Fórum de Ubu conhecerão as conclusões da “Avaliação Ambiental Estratégica” feita pelos empresários e governo sobre a implantação do pólo industrial de Ubu.

Participam do fórum o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), a Agência de Desenvolvimento em Rede do Espírito Santo (Aderes), o Ministério Público Estadual (MPES) e o Fórum das Entidades Civis Organizadas do Litoral Sul do Espírito Santo.

Depois de conhecer as informações, as lideranças da sociedade civil “botam o bloco na rua”, diz Bruno Fernandes. As lideranças sabem que “a casa caiu” para o governador, no caso da Baosteel. Mas o governador reserva outros projetos para a região, como uma refinaria de petróleo. Há ainda, o interesse da Vale em construir novas usinas de pelotização na área: poderão ser dez unidades deste tipo em Ubu. Hoje são três.

Sem contar o projeto do Grupo Ferrous Administração Portuária, formado por dez fundos de investimentos, majoritariamente de ingleses, norte-americanos e australianos,  para o extremo sul. Da Ferrous serão construídos em Presidente Kennedy, além do porto e das três pelotizadoras de minério, com capacidade para produzir 21 milhões de toneladas anuais, um mineroduto, com aproximadamente 400 quilômetros, com 36 polegadas de diâmetro, para abastecer as usinas.

Não há, pois, como cantar vitória e parar a luta com o recuo sobre a usina da Baosteel. “A poluição está insuportável, com impacto na vida das pessoas, inclusive na economia da região”, assinala Bruno Fernandes da Silva. Os moradores sabem que já contiveram a Liquifer, siderúrgica que seria implantada na região e, agora, a Baosteel. “Mas não há garantia de que não vão tentar implantar outros projetos danosos à região. Não dá para parar a briga”, conclui o presidente do Gama.

Ilda de Freitas, do Programa de Apoio e Interação Ambiental (Progaia), outra ONG de Anchieta, diz que “dependendo dos líderes que integram o Fórum da Entidades Civis Organizadas do Litoral Sul do Espírito Santo, o governador vai amarelar muito mais”.

Lembra que o fórum discute uma posição oficial sobre a Baosteel. Mas que o Progaia tem posição “não apenas contra a Baosteel, mas contra qualquer empresa cujo porte signifique a destruição total da região. Já a fase de implantação de uma empresa dessas significaria um caos sem retrocesso e devemos lutar com todas as nossas forças para evitar isso”.

Então a dirigente do Progia afirma ser “contra o pólo industrial enquanto não houver um EIA para o pólo, realizado por empresa idônea e neutra. Até agora só temos propaganda, nada mais. Se não existem estudos sérios e aprofundados, a propaganda é falta de respeito com a população e uma grande irresponsabilidade por parte do governo e isso torna claro que o pólo só interessa mesmo às multinacionais e àqueles que, de um jeito ou de outro irão se beneficiar com ele”.

Na sua análise afirma que “tentam convencer o povo de que o pólo trará empregos e desenvolvimento? Que desenvolvimento? Não existe desenvolvimento sem qualidade de vida, que seria impossível com o caos. Emprego parece ser a palavrinha mágica para ganhar adeptos e isso é explorado de forma desavergonhada pelos propagandistas do pseudo-progresso”.

Ensina: “Primeiro devemos nos perguntar: que tipo de emprego? A implantação da terceira usina da Samarco mostrou claramente que essa não é uma preocupação do governo.  A população local teve que se contentar com sub-empregos, toda a mão-de-obra qualificada veio de fora com as empreiteiras. Foi criado um curso do Sebrae para ‘capacitar’ os trabalhadores locais a trabalharem com os ‘especializados’ importados de outros estados.  Nossa população continua e continuará pelo menos pelos próximos anos, sem condições de acesso à melhores oportunidades”.

Assinala que “a escola técnica prevista para a região está longe de ser uma realidade, por enquanto só existe um terreno. Terá que ser construída e isso levará quanto tempo? E quando sairão os primeiros trabalhadores especializados dessa escola? No mínimo, em quatro anos. Mas eles querem o pólo já”.

No seu alerta, Ilda de Freitas diz que “seremos a terra dos peões, condenados a serem peões pelo resto da vida e ainda concorrerem com os milhares de trabalhadores que virão de outras regiões? Eles viverão de quê, onde morarão? Nas ruas? O que comerão se os preços dos alimentos serão inacessíveis até para quem tiver emprego? Pensaram nisso? De onde virão os alimentos se a especulação imobiliária já faz com que muitos vendam suas terras para as industrias? É essa a noção de desenvolvimento sustentável deles? E a água? Se estudos já apontam para o problema da água no futuro, mesmo sem a instalação das indústrias, o que sobrará para a população?”.

A ambientalista denuncia: “Quem está cuidando de todas as questões ligadas ao uso do solo? Essa questão é simples: é o Conselho de PDM criado pelo prefeito onde todos os conselheiros foram escolhidos por ele, questão em que o MP se negou a intervir apesar de nossos ofícios e clamores! Resultado: as invasões continuam e a Cesan põe água e a Escelsa põe luz....As áreas verdes partem em chamas e, às margens de nossas lagoas, já terrivelmente assoreadas, brotam as primeiras favelas.

E as infra-estruturas?”
E finaliza: “Em Anchieta o prefeito tenta enganar a população dando uma falsa visão de infra-estrutura. Está asfaltando todas as ruas do centro. Antes de colocar esgoto, sem escoamento para a água, é patético!”.

(Por Ubervalter Coimbra, Século Diário, 11/09/2008)

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