Ao mesmo tempo que as imensas florestas e os investimentos no setor financiados pelas indústrias de celulose são vistos como uma forma de desenvolvimento no município, alguns segmentos vêem com apreensão a expansão das áreas com matas, principalmente de eucaliptos. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR), José Gilberto Tuhtenhagem, afirma que um dos desafios da próxima administração municipal é estancar esse avanço, que considera “desastroso”. “Em pouco tempo estas empresas vão ser donas de 30% da área do município e irão eleger quem quiserem com o seu poder econômico”, diz. “Os prefeitos, não apenas daqui, dão todo o apoio às empresas em troca de quase nada e não há nenhum projeto de desenvolvimento”, acrescenta.
O presidente do STR defende a criação de alternativas de diversificação no município para evitar a monocultura do eucalipto. “Prefiro até mesmo a grande propriedade, mesmo com tecnologia atrasada, do que as florestas, pois gera mais economicamente para o município. As empresas de reflorestamento não compram sequer um litro de combustível aqui”, diz Tuhtenhagem.
O dirigente sindical defende apoio forte da administração municipal para a agricultura familiar e a diversificação. Observa que o município possui 3.740 quilômetros quadrados de área e existem dificuldades para o transporte. Conforme Tuhtenhagem, a próxima administração precisa buscar recursos para atender a estas carências. Ao mesmo tempo, ressalta que o município deve entrar no debate de bioenergia.
(Gazeta do Sul, 10/09/2008)