Chegou o dia. Amanhã esgota o prazo acertado entre Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) e Ministério Público para a apresentação de um estudo técnico que deve culminar na solução dos problemas na rede de abastecimento de Santa Cruz do Sul. Após 60 dias do primeiro encontro entre a promotora Roberta Brenner de Moraes e o presidente da estatal, Mário Freitas, os dois voltam a se reunir às 14 horas desta quarta feira. “Minha expectativa é boa, já que até hoje tudo que foi acordado com a empresa foi cumprido, inclusive com a gestão anterior”, antecipa Roberta.
Segundo ela, a empresa cumpriu em parte o que foi estipulado em julho, quando instalou uma nova rede de 800 metros na Rua Cambará, no Bairro Esmeralda. Já no estudo técnico que vai ser apresentado por Freitas, devem constar orientações sobre a troca de tubulações na área central e outras modificações na distribuição de água, tudo para melhorar o serviço que é oferecido ao consumidor santa-cruzense. “O estudo vai identificar as prioridades, as ações que serão implantadas a curto e longo prazos e, também, aquilo que é imediato”, salienta.
Mas, antes da apresentação a polêmica continua. Principalmente em relação aos vazamentos e aos buracos ocasionados pelos consertos dos mesmos. O alerta parte de moradores, que enxergam o perigo de frente ao se deparar com crateras em meio às ruas da cidade. Esse é o caso de Silvana Fanfa, que para não bater de frente em um outro carro, teve que trafegar por um trecho com pedras soltas e buracos. “Já caí em outros buracos porque não consigo enxergar, não há sinalização. Por enquanto não estraguei o carro, mas é preciso fazer um alerta”, salienta.
De acordo com o gerente da Corsan local, Juvêncio Avelino Machado Pinheiro, todas as vezes que a empresa abre um buraco para reparar vazamentos, cabe ao município refazer a pavimentação da via. “A Corsan não faz asfaltos, nós não temos que arrumar. Fazemos a primeira tapada de terra”, ressalta. Um dos trechos que chama a atenção quanto à incidência de buracos está entre as ruas Carlos Trein Filho e Coronel Oscar Jost, locais onde Juvêncio diz já ter feito a interferência nos vazamentos. “Agora a responsabilidade é da Prefeitura”, afirma.
Conserto
De acordo com o secretário de Obras, Ernesto Döer, o conserto dos buracos acontece cerca de uma semana após a intervenção da Corsan. Nessa segunda-feira, por exemplo, uma das equipes iniciou o reparo do asfalto em um trecho da Coronel Oscar Jost.
Já, uma das crateras que mais exige atenção, na Rua Carlos Trein Filho próximo ao Colégio Goiás, não pode ser consertada porque os vazamentos permanecem. “Nós já arrumamos duas vezes o asfalto e os vazamentos continuam. Hoje (ontem) pela manhã pedimos que a Corsan arrumasse mais uma vez. Temos urgência, pois é uma área de grande fluxo”, explica. Döer também salienta que hoje a secretaria possui quatro equipes destinadas especialmente a consertar buracos abertos por causa de obras em Santa Cruz do Sul.
Vazamentos
Ontem o gerente da Corsan local salientou que as redes de distribuição de água são como uma casa, onde “volta e meia” vai aparecer um problema. Para ele, a questão dos vazamentos não era para ser amplamente discutida, já que estes são normais e sempre vão existir. “Já reduzimos em um bom número os vazamentos da cidade, cerca de 60%. Hoje estamos com os reservatórios em nível normal”, lembra. “A troca de tubulação vai ajudar a diminuir o problema, mas não vai eliminar de uma hora para a outra.”
(Gazeta do Sul, 09/09/2008)