Para reverter o prejuízo, um pacote de mudanças está em gestação na Refinaria Ipiranga, em Rio Grande. Até o início de novembro, os novos controladores da unidade – Petrobras, Ultra e Braskem – vão anunciar um novo plano de negócios para a refinaria, que deverá direcionar as atividades na produção de petroquímicos de alta rentabilidade, como matéria-prima para a indústria de plásticos e asfalto.
De acordo com José Augusto de Góis, assessor da presidência da Petrobras, que esteve ontem em Porto Alegre para participar de uma audiência pública na Assembléia Legislativa sobre o futuro da refinaria, a estatal tem interesse em retomar a produção total. Com 71 anos, a Reinaria Ipiranga fazia parte do Grupo Ipiranga, vendido em 2007 para o consórcio formado por Petrobras, Ultra e Braskem, e vem apresentando dificuldades nos últimos anos por conta da alta do barril do petróleo.
A unidade de Rio Grande era a única refinaria 100% privada até a venda do grupo gaúcho, condição que obrigava à compra de petróleo a preços de mercado. As refinarias da Petrobras têm contratos privilegiados para aquisição de matéria-prima. Na audiência pública, Góis ouviu a sugestão de “estatização” da refinaria, hoje repartida em três partes iguais pelos sócios.
– É precipitado falar em estatização ainda. O fundamental é garantir a operação. A idéia é transformar a refinaria em uma butique de produtos Petrobras – disse Góis.
Segundo a diretora-superintendente da Ipiranga, Margareth Brunnet, a primeira providência para retomar as atividades será produzir asfalto e, depois, óleo bunker (usado em navios), solventes, nafta e diesel. A dirigente vai apresentar um plano de negócios a parlamentares e sindicalistas no dia 3 de novembro.
(Zero Hora, 09/09/2008)