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fertilizantes agricultura intensiva
2008-09-09

A Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI do Adubo e Insumos Agrícolas, presidida pelo deputado Edson Brum (PMDB), esteve reunida nesta segunda-feira (08/09) em Rio Pardo, no Hotel Recanto do Imperador, e contou com um grande número de lideranças de entidades ligadas ao setor primário, assim como de agricultores do município e região. Os trabalhos foram abertos pelo presidente, que descreveu um panorama da criação e dos objetivos da CPI. "Só para ter uma idéia da sua relevância, pela primeira vez na história da Assembléia, a criação de uma CPI foi aprovada por todos os parlamentares", disse. Na seqüência, o assessor técnico da CPI, Luiz Fernando Branco, apresentou um relatório de todas as atividades realizadas pela Comissão até o momento.
 
O representante do Ministério da Agricultura (Mapa) no Rio Grande do Sul, Francisco Signor, salientou a importância da CPI. Disse que, por meio das análises, foram percebidas inconformidades nos fertilizantes – diferenças de padrão. No Rio Grande do Sul, para efeito de análise, dobrou-se o número de coletas e que os índices não passariam de 10%, sendo este o menor índice de inconformidade no País. No entanto, segundo Signor, existem dúvidas em relação a estes números, uma vez que muitas reclamações de agricultores têm chegado ao Mapa. "Gostaríamos de saber como ocorre. O volume de produção das empresas é surpreendente", mencionou. Ainda, segundo Signor, o adubo vendido para empresas que fazem a análise, como a Afubra, é mais caro, pois ele não foge dos padrões de conformidade. "Vamos abrir todos os documentos e o material que dispomos no ministério, para que a CPI possa usá-la da melhor maneira", acrescentou.
 
O deputado Heitor Schuch demonstrou preocupação em relação à manifestação do Mapa. "O Ministério precisa cassar o registro das empresas que não produzem de acordo com a recomendação. O agricultor está comprando gato por lebre", afirmou. O presidente do Sindicato Rural de Rio Pardo, Paulo Enne lembrou que no início do ano, o sindicato, ao fazer a compra de insumos, se surpreendeu com a grande alta dos preços. "Queremos parabenizar o presidente e esta CPI pelo trabalho que vem realizando". Para ele, não basta identificar os gargalos. "Está chegando o momento de plantio. Precisamos de medidas de curto prazo, pois caso contrário será inviabilizado o nosso negócio, que é produzir alimentos", disse. Afirmou a necessidade de se implantar política de subsídios para todos, não apenas à agricultura familiar. "Acreditamos que os subsídios são o caminho mais curto para amenizar a situação", ressaltou.
 
O deputado Gilberto Capoani (PMDB) cumprimentou o presidente da CPI, Edson Brum, pela iniciativa da Comissão e também pela proposta da realização das audiências públicas no interior. "São em encontros como este que colhemos subsídios muito importantes", comentou. Para Capoani, a CPI dos Inumos é uma das mais importantes já realizadas pela Assembléia. "Não tem os holofotes de uma CPI do Detran, mas ela trabalha um tema que atinge diretamente a mesa de todas as pessoas", citou. Segundo ele, enquanto a indústria puder subir seu lucro às custas do produtor, ela o continuará fazendo. "É isto que temos que estar atentos, pois nos últimos anos, quando houve uma safra menor, não houve sensibilidade por parte das indústrias", disse.
 
Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Aldemir José de Menezes Santos, a esperança é de que o resultado da CPI possa superar a expectativa dos agricultores, especialmente os familiares. "Estamos acompanhando o trabalho da CPI, recebendo os agricultores no sindicato, que muitas vezes não têm condições de pagar o insumo colocado na terra e depois, dificuldade para vender o produto", comentou. Ele se disse chateado com o custo elevado dos fertilizantes, com a não conformidade destes fertilizantes, com o alto custo pago pelo navio atracado nos portos. "Precisamos buscar outras alternativas para colocar no solo e não ficarmos tão dependentes destes insumos", pediu. O presidente da Afubra, Benício Werner, alertou para a importância da união das entidades em prol do assunto, citando, também, que o Ministério da Agricultura está buscando a compra de insumos no Irã.
 
Segundo informações do setor de compras da Afubra, os adubos, em agosto, tiveram diminuição de 10%, enquanto que a uréia teve aumento de 9%. "A lista de setembro, ainda não saiu. Tomara que os preços sejam menores", ponderou. Lembrou a questão dos altos juros, pagos por todos. "Porque o juro para quem produz alimento não pode ser mais barato?", questionou. Manifestou-se o agricultor e ex-vereador Elau de Moura. "Sou da área do fumo e sempre se dizia que fumo não se come. Mas agora, na calada da noite, foram apanhados os produtores de arroz, que estavam respirando um pouco no custo da produção", disse. Para ele, o governo precisa ser pressionado. "Vamos para a rua, vamos ajudar a CPI para que ela tenha resultado. De todos os lados estão sugando o nosso produtor, por isso nosso apoio para a CPI", ressaltou. O técnico agrícola e ex-secretário da Agricultura, Vladimir Panta, sugeriu, nas sugestões encaminhadas, que os técnicos recebam garantias da análise que estão recebendo, para que possam ser dadas as orientações corretas aos agricultores, quanto à quantidade correta a ser colocada no solo. "Fiscalizar as misturadoras em caráter permanente também é necessário", acrescentou.
 
Irno Pretto, vice-presidente da Ocergs, mencionou que a análise deveria ser feita nas saída das empresas – onde está sendo produzido, para dar mais garantia ao produtor e ao engenheiro agrônomo que vai fazer a análise na propriedade. "O produtor rural precisa ser amparado. O que o Benício (Afubra) falou, é real: enquanto as indústrias puderem, elas vão tirar do produtor. E quem poderia imaginar, que mesmo com o preço tão alto, poderia estar acontecendo adulteração de fórmulas?", afirmou. O prefeito em exercício, Telmo Berger, cumprimentou o deputado Edson Brum pela iniciativa da CPI e a todos os deputados que a compõem. Lembrou que no passado se dizia: plante que o governo garante, porém, hoje, a garantia é dada pelos produtores. "Dizem que prá se ter sucesso no campo empresarial, produzir mais, maior lucro. Então como se explica o nosso produtor, que quanto mais produz, menos lucro tem?", questionou.
 
Ao finalizar, o deputado Edson Brum, líder partidário do PMDB e presidente da CPI, agradeceu a presença de todos e disse que as sugestões do encontro serão encaminhadas. "Estamos mexendo com quem mete a mão no bolso do agricultor. Mas não nos amedrontamos e vamos enfrentar a situação", ressaltou.  

(Por Felipe Cogo, Agência de Notícias AL-RS, 08/09/2008)


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