Tipo de trabalho: Dissertação de Mestrado
Instituição: Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP)
Ano: 2008
Autor: Marcelo Cambria
Contato: marcelo.cambria@barkleycapital.com
Resumo:
A adoção crescente das normas internacionais de contabilidade, as IFRS, é o reflexo de que a comunicação entre empresas, credores, investidores e demais "stakeholders" acompanha as mudanças radicais observadas nos negócios. O trabalho de elaboração de tais normas internacionais ficou a cargo do "Board" do IASB e já se identifica ampla convergência no plano mundial rumo às citadas IFRS. A IFRS 1, denominada "First Time Adoption" refere-se aos requisitos a serem observados no primeiro exercício em que uma empresa publica suas demonstrações em norma contábil local e em IFRS. Este estudo tem por objetivo verificar se, no ano da primeira adoção, há diferença nos grupos de contas patrimoniais do ativo e do passivo nos balanços das empresas dos setores químico e de mineração listadas nas bolsas do Reino Unido, da França e da Alemanha, calculados com base no último balanço em norma contábil local, em relação aos mesmos grupos da primeira demonstração publicada em IFRS. Através da pesquisa nas bolsas de valores destes três países, foram analisadas 42 empresas, sendo 18 empresas de mineração e 24 companhias do segmento químico. Foram utilizados os testes estatísticos t-student para amostras emparelhadas e Wilcoxon para a comparação das médias das diferenças das proporções de cada grupo do patrimônio em relação ao ativo ou passivo total. Os resultados demonstram que existe diferença significativa na estrutura dos grupos do ativo e do passivo pré e pós-adoção das IFRS, tanto na comparação entre países quanto na comparação entre setores. Os resultados mostram também que cada grupo sofreu impactos de magnitudes diferentes. Para os setores e países desta amostra, a comparação dos resultados desfaz a conclusão equivocada de que a adoção das normas contábeis internacionais traz consigo o benefício da uniformidade do padrão contábil e que os efeitos das alterações nos grupos patrimoniais em decorrência da transição de um padrão contábil local para as IFRS devem ser levados em consideração quando da escolha do balanço para uma análise no ano da primeira adoção.