Os cerca de 400 operários da construção civil que atuam nas obras de fundação da Fase C da Usina de Candiota devem entregar, até hoje, na Justiça do Trabalho, a solicitação de um laudo que comprove a periculosidade de trabalhar no local. Eles estão em greve desde o meio-dia de segunda-feira para reivindicar o adicional de 30% referente à periculosidade.
O vice-presidente da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do consórcio, Rogério Duarte Coutinho, conta que esta é a quarta paralisação em dois meses pela defesa dos direitos dos trabalhadores. Segundo ele, nas outras paradas os representantes da empresa responsável pelas obras negociaram com a categoria, mas desta vez é diferente. “Agora eles se fecharam. Não querem acordo nem diálogo. E nós não vamos procurá-los”, enfatizou Coutinho garantindo que os trabalhadores se manterão em greve por tempo indeterminado.
Para o gerente do canteiro da Fase C do Consórcio Sul Energia, Almir Queirós, a questão da greve está agora em âmbito judicial. O Consórcio Sul Energia, responsável pelas obras da Fase C de Candiota não reconhece o direito ao pagamento desse adicional, com base em laudo pericial elaborado por técnico contratado pelo consórcio, atestando não ser devido o pagamento. Segundo Queirós, documentos da Federação dos Trabalhadores das Indústrias da Construção e do Mobiliário do Rio Grande do Sul, sindicato responsável pela categoria, garantem que questões de insalubridade e periculosidade não podem ser negociadas. “Porque são leis”, finalizou.
Por sua vez, o vice-presidente do Cipa afirma que a categoria quer representatividade através do Sindicato da Construção Civil de Bagé e questiona o fato do laudo apresentado pelo consórcio ser de um laboratório particular. Na tentativa de comprovar que a área em que atuam é de periculosidade, Coutinho deve entregar, na Justiça do Trabalho, um pedido para que o Ministério do Trabalho realize a análise. Segundo ele, o laudo judicial seria realizado com o acompanhamento de representantes dos trabalhadores e patronagem, resolvendo definitivamente a questão.
(Jornal Minuano, 05/09/2008)