(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
amazônia sustentabilidade
2008-09-05

A Floresta Amazônica coloca o Brasil no centro das principais discussões de políticas de manutenção e desenvolvimento sustentável. Devido à gigantesca biodiversidade de plantas lenhosas e fibrosas, pesquisas têm explorado de forma sustentável o potencial de fibras vegetais naturais para a fabricação de polímeros.

Essa é uma das propostas do Fênix Amazônico, projeto de construção de um ecossistema de empreendimentos sustentáveis na Amazônia. Coordenado pelo pesquisador Antonio Donato Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), eo projeto é desenvolvido em parceria com o Departamento de Engenharia de Materiais da Universidade de São Carlos (DEMa/UFSCar).

De acordo com Alessandra Marinelli, do Centro de Caracterização e Desenvolvimento de Materiais da UFSCar, o Fênix é um projeto multidisciplinar cujo objetivo é despertar o interesse da comunidade científica das mais diversas áreas a fim de colaborar com o desenvolvimento de novas tecnologias que possam ser utilizadas para a recuperação de áreas degradadas da Amazônia.

“Os estudos iniciais do grupo de compósitos estão sendo realizados com o objetivo de testar a viabilidade do emprego das fibras de madeira balsa e da embaúba e fibras vegetais de bambu e mamona em compósitos com termoplásticos, em especial poliolefinas e PVC reciclados a partir de resíduos urbanos”, disse Alessandra à Agência Fapesp.

Segundo o estudo, descrito em artigo na revista Polímeros, o grupo atua em duas frentes. Uma que trabalha com sistemas de produção com maquinário relativamente barato e simples, para que as comunidades rurais da Amazônia possam absorver a tecnologia. E a outra para desenvolver materiais compósitos com tecnologia de fabricação mais avançada.

“Desde agosto de 2006, exploramos conceitos de compósitos de polímeros com fibras vegetais naturais baseados em silvicultura de ciclo curto que pudessem colaborar com a proteção e recuperação da Floresta Amazônica. Escolhemos algumas espécies colonizadoras para serem exploradas, como a embaúba (Cecropia), balsa (Ochroma pyramidalis) e bambu. Incluímos também a fibra dos caules da mamona por fazer parte da cadeia de biocombustíveis”, explica a pesquisadora.

Essas fibras dos caules seriam obtidas a partir da rotação de culturas, importante para a manutenção do solo onde a mamona é cultivada. “Inicialmente, caracterizamos as fibras e, agora, produzimos os primeiros compósitos de polipropileno, virgem e reciclado, com fibras de madeira balsa. O aspecto visual dos compósitos é bastante promissor e a caracterização de suas propriedades mecânicas está sendo feita. Em breve, publicaremos resultados. A idéia é apontar quais as melhores fibras para aplicação em compósitos termoplásticos”, disse Alessandra.

“Existe um enorme potencial para a descoberta de fibras naturais com propriedades desejáveis, como resistência mecânica, estabilidade química e biológica, resistência ao fogo, leveza, resistência à abrasão e ao cisalhamento, entre outras propriedades de interesse”, apontou.

Cadeia produtiva

Segundo Alessandra, espécies pioneiras ou colonizadoras de crescimento rápido poderiam ser plantadas em áreas degradadas. “Quando suas copas se encontram formando um dossel, fornecem sombra e proteção para as árvores de madeiras nobres, que crescem em ritmo bem mais lento. Espécies com troncos espinhosos, tais como palmeira pupunha e curauá, podem ser utilizadas como cerca viva protetora ao redor dessas plantações florestais”, explicou.

As árvores de ciclo curto, com madeira leve, podem ser colhidas dentro de um a dois anos, período equivalente ao da cana-de-açúcar. As madeiras nobres das árvores de crescimento mais lento podem ser colhidas em ciclo de seis a dez anos, equivalente ao do eucalipto.

“Um fator importante para o sucesso do método é a agregação de valor às fibras vegetais e outros subprodutos – como óleos vegetais, brotos comestíveis, frutos, fitocosméticos e fitoterápicos – das espécies de crescimento rápido e mesmo das plantas empregadas nas cercas vivas de proteção, que possam dar suporte à recuperação das espécies de crescimento lento”, disse.

Alessandra conta que o grupo de pesquisa em compósitos baseado no Projeto Fênix Amazônico é aberto à participação de outros pesquisadores.

Para ler o artigo Desenvolvimento de compósitos poliméricos com fibras vegetais naturais da biodiversidade: uma contribuição para a sustentabilidade amazônica, disponível na biblioteca on-line SciELO (Bireme/FAPESP), clique aqui.

(Por Alex Sander Alcântara, Agência Fapesp, 05/09/2008)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -