Um grupo de activistas da organização ecologista Greenpeace subiu a bordo de um navio carregado com madeira na Papuásia-Nova Guiné, para impedir a sua exportação para a China e denunciar a desflorestação, numa acção pacífica.
A delegação da Greenpeace na Austrália-Pacífico disse que quatro activistas – três da Papuásia-Nova Guiné e um da Nova Zelândia – do navio “Esperanza” subiram através de uma grua para o navio “Harbour Gemini”, em Paia Inlet, na costa sudoeste da Papuásia-Nova Guiné, para impedir o carregamento dos troncos. Uma vez no navio, onde estiveram 24 horas, fixaram uma faixa onde se lia “Protege as florestas, salva o nosso clima”.
A Greenpeace afirma que o navio foi fretado por uma empresa malaia que a organização acusa de violar a legislação florestal do país.
Ambientalistas locais acompanharam a iniciativa. “Estamos aqui para protestar contra o total desrespeito da Turama Forest Industries para com o nosso povo. A empresa abusou dos nossos locais sagrados, poluiu os nossos rios, fez abates ilegais demasiado próximo das nossas aldeias, tornou os nossos alimentos escassos”, comentou Kemaru Garry Bissue, dirigente da Associação Ambiental Kikori e da tribo Kibiri.
“É urgente proteger estas florestas ancestrais para salvar o nosso clima”, disse Sam Moko, um dos responsáveis da Greenpeace, em comunicado. “A Greenpeace pede ao Governo da Papuásia-Nova Guiné para decidir uma moratória a todas as novas concessões ou extensões de exploração”, acrescentou.
A organização considera que as autoridades do país não estão a conseguir gerir bem as suas florestas e aponta o dedo à corrupção dos dirigentes. “O Governo tem pedido dinheiro à comunidade internacional para proteger as suas florestas e conseguir combater as alterações climáticas. Mas o abate ilegal continua”.
Além disso, acrescenta a organização, “há proprietários locais na região que pedem, há 13 anos, ao Governo para investigar violações à legislação florestal”. Mas nunca aconteceu nada, diz.
(AFP, Ecosfera, 05/09/2008)