Córrego marca uma das divisas de São José e FlorianópolisUma das divisas entre os municípios de Florianópolis e São José fede e é marcada por uma água preta e gordurosa. O Rio Araújo sofre com o descaso.
Ele nasce limpo no alto do Bairro Bela Vista, em São José, na Grande Florianópolis, e deságua no mar na cidade. Ao longo do trajeto de 5,3 mil metros, recebe esgoto doméstico, óleo e graxa.
Um levantamento feito pelo Instituto Mangue Vivo, em 2004, revelou que cerca de 10 postos de combustíveis, 36 oficinas mecânicas, uma garagem de ônibus e 10 pontos de lavação manchavam todos os dias o córrego com esses produtos, observados facilmente na margem.
O diretor executivo do instituto, Paulo Douglas Pereira, ressalta que esse é o principal problema do córrego.
Ele explica que o óleo e a graxa possuem compostos que podem desenvolver câncer em peixes, por exemplo, e que por sua vez podem contaminar o homem.
Além disso, o rio é um dos maiores poluidores das águas da beira-mar de São José. A falta de oxigenação no córrego, causada pela poluição, acaba com a vida marinha.
Pereira afirma que há uma lei que determina o controle no tratamento e no despejo de resíduos gerados por derivados de petróleo, porém que não observa isso na região.
O diretor acrescenta que medidas simples e baratas podem solucionar o problema, como criar uma zona de raízes, com plantas que conseguem realizar a filtração dos dejetos e limpar a água.
Oscar Pessoa Nunes, um dos proprietários de um hotel que fica em frente ao córrego, diz que o cheiro incomoda bastante e que a situação já é antiga. Além do fedor, ele fala que a sujeira também é um problema.
(Por Júlia Antunes Lorenço,
Diário Catarinense, 04/09/2008)