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petrobras etanol cana-de-açúcar
2008-09-04
O presidente da Petrobras Biocombustíveis, Alan Kardec, disse que a companhia vem mantendo conversas com a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) para se tornar associada da maior entidade do setor sucroalcooleiro do Brasil. "Existem conversas", afirmou Kardec, explicando que a entrada está condicionada a saber "se isso será bom para os dois lados". Entre os usineiros, é dada como certa a presença da estatal na Unica.

De acordo com o executivo, a Petrobras Biocombustíveis vem conversando com usineiros e com a associação para mostrar que o ingresso da companhia no setor de etanol não tem como objetivo competir com os atuais agentes do mercado. "Não pretendemos dar cotovelada no que existe hoje, e sim agregar esforços aos dos usineiros", explicou Kardec. "Nós queremos tranqüilizar o mercado, porque viemos para somar e não para atrapalhar", acrescentou Kardec, que participou do 23º Congresso Brasileiro de Manutenção, promovido pela Associação Brasileira de Manutenção, em Santos (SP).

Segundo Kardec, o modelo de negócio da Petrobras para o etanol prevê a participação da estatal em associação com um parceiro internacional, para garantir o acesso do produto no mercado externo, e com um produtor brasileiro. "Não é um modelo estatizante. A Petrobras será minoritária, mas com relevância, para ter condições de participar das decisões de gestão", disse o executivo. Esse modelo foi aplicado no primeiro Complexo Bioenergético, que será construído em Itarumã e terá como sócios a japonesa Mitsui, com 20%, e a empresa brasileira Cerrado Açúcar e Álcool, com 60%, além da própria Petrobras, com 20% de participação.

Exportação
Kardec revelou que a companhia negocia com uma empresa de petróleo americana a exportação de 4 bilhões de litros de etanol, produzidos no modelo de Complexos Bioenergéticos que a estatal brasileira irá construir no Brasil. "Temos interesse em que o nosso parceiro internacional traga dinheiro para desenvolver os projetos e que garanta a colocação do produto no mercado externo por, pelo menos, 10 anos", disse o executivo.

Outra negociação em curso é para exportação de etanol à China. O executivo, porém, não revelou os volumes envolvidos nesta operação. Kardec também contou que nos próximos 30 dias a companhia finalizará o seu plano estratégico para os próximos anos. A expectativa do executivo é que os investimentos previstos na área de biocombustíveis superem o montante de US$ 1,5 bilhão programado para o ciclo 2008-2012.

Refinarias
A Petrobras planeja construir mais uma refinaria até 2020, disse hoje o diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa. Sem dar detalhes sobre os valores investidos no projeto ou o volume a ser processado na unidade, ele confirmou que a refinaria se faz necessária devido às novas descobertas na camada pré-sal.

Com esta, serão seis novas unidades anunciadas pela companhia depois de quase 30 anos desde que a última foi inaugurada. Já estão na programação a construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e as unidades de Pernambuco, Maranhão e Ceará, além da transformação da unidade de processamento de gás liquefeito de petróleo (GLP) no Rio Grande do Norte em refinaria. Todas têm previsão de entrar em operação até 2014, com investimentos de aproximadamente US$ 100 bilhões, segundo informou recentemente o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli.

Usinas de etanol
A Petrobras pretende construir pelo menos 15 usinas de etanol até 2012, para atingir sua meta de produção, que é de 4,7 bilhões de litros. Segundo Paulo Roberto Costa, o projeto seguirá o modelo da parceria com a Mitsui e a Itarumã Açúcar e Álcool realizado para a construção de uma unidade em Goiás, na qual a estatal e a trading detém 20% do capital cada uma.

(Por Wellington Bahnemann e Nicola Pamplona, Estadão Online, 03/09/2008)

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