A sobrevivência de mais de oito mil orangotangos que vivem na ilha do Bornéu está ameaçada devido à rejeição de uma moratória à expansão das plantações para a exploração de óleo de palma por empresas indonésias, alertou uma organização não governamental em Jacarta.
A rejeição de uma moratória proposta pela organização internacional Greenpeace significa que não existe nenhum mecanismo eficaz para proteger os grandes símios que vivem em estado selvagem nas florestas equatoriais do Bornéu, declarou Novi Hardianto, do Centro para a Protecção dos Orangotangos (COP).
Activistas desta associação observaram, recentemente, que duas grandes empresas de óleo de palma continuam a expandir-se, através da desflorestação. Estas companhias consideram que a moratória da Greenpeace não é necessária devido ao compromisso que assumiram há alguns anos de promover um desenvolvimento sustentável das suas plantações.
Mas, para Hardianto, “se isto continuar a este ritmo, vamos assistir ao desaparecimento dos orangotangos neste ambiente no espaço de três anos”.
O COP estima que existam cerca de 20 mil orangotangos a viver em liberdade na província de Kalimantan e que por ano morram três mil destes primatas. Uma das empresas visadas, a Agro Group, desmentiu hoje as acusações do COP, afirmando que ainda está a avaliar que zonas vai proteger nos terrenos que comprou recentemente. A Indonésia é o principal produtor mundial de óleo de palma.
(AFP, Ecosfera, 04/09/2008)